
Renascer mergulha no universo emocional de Luz, uma mulher que se perdeu de si mesma enquanto tentava manter tudo à sua volta a funcionar. Entre o emprego, as tarefas domésticas, a distância emocional do marido e os comportamentos cada vez mais estranhos do filho, Luz sente-se sozinha dentro da própria casa. A descoberta de uma nova gravidez traz à superfície medos profundos e a sensação crescente de que algo está errado — com a sua vida, com a sua mente, talvez até com a sua realidade.
Os personagens são vívidos e inquietantes, em especial Luz, cuja voz narrativa é honesta, crua e, por vezes, perturbadora.
A autora explora com sensibilidade temas como a saúde mental, o burnout materno e a invisibilidade feminina dentro do casamento. Chico, o marido ausente mas “perfeito” aos olhos dos outros, e Diogo, o filho com um comportamento cada vez mais sombrio, intensificam o clima de tensão psicológica. A leitura é envolvente e desconcertante, com momentos em que sentimos a angústia de Luz como se fosse nossa.
Sem revelar demasiado, o final de Renascer traz uma viragem inesperada que desafia o leitor a repensar tudo o que foi lido até ali.
Um livro que me surpreendeu pela profundidade e pela coragem com que trata temas pouco falados, e que convida à reflexão sobre o que é, afinal, "renascer".
E tu, já leste Renascer? Sentiste empatia por Luz ou o livro levou-te a olhar de outra forma para o quotidiano feminino?