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Desligar para ler

por editepf, em 04.07.25

Gosto de ler porque me faz desligar. Da pressa. Das vozes. Dos pedidos constantes de atenção.É quando me perco num livro que encontro um silêncio bom, um espaço meu — onde o tempo se estica e a mente respira.Mas, ultimamente, até esse refúgio parece menos imune.As redes sociais não param. Pedem, puxam, exigem. Mais presença, mais conteúdo, mais rapidez.Nem sempre mais qualidade.E isso pesa.
Até o que é leve começa a cansar. Até o prazer da leitura sofre pequenas interrupções invisíveis, ruídos constantes que nos distraem do essencial. Ler devia continuar a ser isso: um desligar inteiro, um estar por completo. Talvez o desafio esteja em reaprender a proteger esse espaço.E não permitir que a urgência lá fora nos roube a paz cá dentro.

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Férias é sinónimo de mais tempo para ler. E este ano não irá ser diferente - espero eu. Porém, a escolha foi muito complicada. São 15 dias de férias (na praia) e levar muitos livros não é uma opção, até porque não sobrava espaço para levar roupa na mala. Então, tive uma ideia. Selecionei apenas alguns livros e coloquei no instagram.  O objetivo? Saber quem já tinha lido e se recomendavam ou não a leitura. Assim, a opinião de bloguers e vloguers, que me seguem nessa rede social, acabou com o meu problema. 

É claro que não vou levar na mala todos os livros que estão na fotografia. São cinco (dos mais votados) e um extra (à minha escolha). Seis são meia dúzia, o que me soa bem melhor do que cinco. Sim, meia dúzia, é muuuitooo melhor !!! 

Mas, como sou realista, provavelmente não vou conseguir ler todos. Acho que são boas escolhas, mas também quero aproveitar a praia, o mar e a piscina. E vocês, costumam ler muito nas férias?

 

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A jovem Anna recusa-se a comer e, apesar disso, sobrevive mês após mês, aparentemente sem graves consequências físicas. Um milagre, dizem.
Mas quando Lib, uma jovem e cética enfermeira, é contratada para vigiar a menina noite e dia, os acontecimentos seguem um diferente rumo: Anna começa a definhar perante a passividade de todos e a impotência de Lib. E assim se adensa o mistério à volta daquela pobre família de agricultores que parece envolta num cenário de mentiras, promessas e segredos.
Prisioneira da linguagem da fé, será Anna, afinal, vítima daqueles que mais ama?
 

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Eleanor Oliphant tem uma vida perfeitamente normal - ou assim quer acreditar. É uma mulher algo excêntrica e pouco dotada na arte da interação social, cuja vida solitária gira à volta de trabalho, vodca, refeições pré-cozinhadas e conversas telefónicas semanais com a mãe.
Porém, a rotina que tanto preza fica virada do avesso quando conhece Raymond - o técnico de informática do escritório onde trabalha, um homem trapalhão e com uma grande falta de maneiras - e ambos socorrem Sammy, um senhor de idade que perdeu os sentidos no meio da rua.
A amizade entre os três acaba por trazer mais pessoas à vida de Eleanor e alargar os seus horizontes. E, com a ajuda de Raymond, ela começa a enfrentar a verdade que manteve escondida de si própria, sobre a sua vida e o seu passado, num processo penoso mas que lhe permitirá por fim abrir o coração.


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Romance publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams – também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade. Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia. Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: “É o melhor romance que ninguém leu”.
Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes latitudes? A resposta está no livro. Na era da híper comunicação, "Stoner" devolve-nos o sentido de intimidade, deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta, partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos; sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos – se tivermos um livro a que nos agarrar.

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«No dia seguinte ninguém morreu.»
Assim começa este romance de José Saramago.
Colocada a hipótese, o autor desenvolve-a em todas as suas consequências, e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.

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O Alquimista relata as aventuras de Santiago, um jovem pastor andaluz que abandona a sua terra natal e viaja pelo Norte de África em busca de uma quimera — um tesouro enterrado sob as pirâmides. Uma cigana, um homem que diz ser rei e um alquimista irão ajudá-lo na sua busca. Ninguém sabe exatamente o que é o tesouro nem se Santiago conseguirá ultrapassar todos os obstáculos da sua travessia do deserto. Mas aquilo que começa por ser uma aventura por locais exóticos para procurar a riqueza material, acaba por se transformar numa viagem de descoberta de si mesmo e da riqueza da alma humana. O Alquimista recria um símbolo intemporal que nos recorda a importância de seguir os nossos sonhos e de ouvir a voz do coração.

 

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Um rapaz de onze anos é encontrado morto. Todas as evidências apontam para que o assassino seja Terry Maitland, um dos cidadãos mais queridos de Flint City, professor de inglês, marido exemplar e pai de duas meninas. O detetive Ralph Anderson dá-lhe voz de prisão. Maitland tem um álibi forte, estava noutra cidade quando o crime foi cometido, mas os indícios de ADN encontrados no local confirmam que é ele o culpado. Aos olhos da justiça e da opinião pública, Terry Maitland é um assassino e o caso está resolvido.
Mas o detetive Anderson não está satisfeito. Maitland parece ser uma boa pessoa, um cidadão exemplar, terá duas faces? E como era possível estar simultaneamente em dois lugares?
Por ser um romance de Stephen King, quando conhecemos a resposta, arrependemo-nos de ter formulado a pergunta.
 

A JB Comércio Global é uma empresa portuguesa que comercializa livros, jogos, brinquedos e artigos de papelaria conforme já referi nest post . Agora, a novidade que vos trago relaciona-se com o seu canal no youtube,no qual fui surpreendida pela apresentação da #andreia1000ideias. Então, resolvi, meus amores, partilhar convosco dois dos momentos divertidos retirados desses videos, em que  um está relacionado com as férias e outro com o regresso às aulas.  E porquê a partilha, perguntam vocês? Porque ficam a saber uma forma diferente de dar a conhecer materiais escolares e porque podem habilitar-se a ganhar vários produtos Maped até ao dia 4 de agosto. Eu já concorri, portanto, não percam esta oportunidade antes de iniciarem as aulas. 

Boa sorte!

Book Bingo Leituras ao Sol 2019

por editepf, em 20.06.19

"A Isaura Pereira e a Patricia Rodrigues estão a organizar mais um desafio do "Book Bingo Leituras ao Sol", que decorre entre 21 de junho e 23 de setembro de 2019.

O objetivo é completar leituras de uma linha ou coluna, na horizontal, vertical ou diagonal, tal como no cartão de bingo (Link de download).

 

Livros que vou ler (e que espero não mudar):

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Verão, Edith Wharton

por editepf, em 23.10.17

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Sinopse: aqui.

Opinião: Comprei este livro na última Feira do Livro de Lisboa e li-o, rapidamente, no Verão. Já conhecia a escritora de "A Idade da Inocência", mas este livro prometia ser diferente.

Como nota introdutória, Edith Wharton foi a primeira mulher a ganhar o Prémio Pulitzer com "A Idade da Inocência" em 1921. Nos anos seguintes, em 1927, 1928 e 1930, a romancista americana foi nomeada para o Prémio Nobel da Literatura e não ganhou em nenhum dos anos em que esteve nomeada (mas já falamos das reveses deste prémio anteriormente).

A personagem principal é Charity Royall, que foi trazida das Montanhas, por caridade, e acolhida por  Mr. Royall, e é na aldeia de North Dormer, "uma aldeia dos montes, queimada pelo sol e batida pelas intempéries, abandonada pelos homens, deixada de lado pelos caminhos de ferro, transportes, telégrafos e por todas as forças que unem a vida à vida das comunidades modernas", que Charity trabalha, a meio tempo, na biblioteca. 

Charity tem 18 anos, odeia a aldeia de North Dormer, onde se sente isolada, e só pensa em ganhar dinheiro suficiente para sair dali. Mas Charity, ao contrário do nome, não é caridosa, não é amável nem uma personagem com que se crie uma empatia. Tudo a aborrece (creio que isso terá a haver com o facto de Charity ser jovem e não pensar nem refletir nas consequências dos seus atos). Perante este cenário, ela apaixona-se por um jovem arquiteto citadino chamado Lucius Harney, deposita nele todas as suas fantasias quanto ao futuro e manda às urtigas quaisquer pensamentos de decência da época, envolvendo-se com ele sexualmente.

Um livro que não se compara ao "A Idade da Inocência", mas em que podemos apreciar a história e a escrita desta grande escritora, cujo tom crítico habitual da sociedade, da política e da moral, surge através dos personagens Charity, Mr. Royall e Harney. 

Será que ela se inspirou nela própria?

 

Classificação: 4/5 - Gostei,




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