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O Regresso, Kristin Hannah

por editepf, em 12.06.24

 

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"O Regresso", de Kristin Hannah, é um romance que segue Michael e Jolene, um casal cuja relação está à beira do divórcio após doze anos de casamento. As suas vidas mudam drasticamente quando Jolene, piloto de helicóptero do exército, é enviada para uma missão militar no Iraque, deixando Michael responsável por cuidar de uma criança e de uma pré-adolescente em casa. Essa separação forçada e os perigos da guerra irão intensificar a distância emocional entre eles. Por um lado, Jolene enfrenta os horrores da guerra, e, por outro, Michael luta com as novas responsabilidades e a ansiedade constante. Mas é a volta de Jolene que marca o início de uma nova batalha: a de superar os traumas da guerra e reconstruir a sua família.

Kristin Hannah explora temas como trauma, resiliência, amor e perdão, e, apesar dos temas pesados, a escrita de Hannah é cativante e fluida, com descrições vívidas e uma narrativa que prende a atenção do leitor do início ao fim.

Em resumo, "O Regresso" é uma leitura que não só entretém, mas também enriquece, oferecendo uma visão tocante e inspiradora sobre os desafios e a beleza da vida e do amor, e que mais uma vez confirma o poder de Kristin Hannah em contar histórias emocionantes.

Caruncho, Layla Martínez

por editepf, em 05.06.24

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"Caruncho", de Layla Martínez, é uma obra breve que deixa uma impressão profunda, pela sua representação crua e visceral da vida das suas protagonistas femininas. Narrado através das vozes de uma avó e da sua neta, o romance tece uma história de ressentimento e vingança, numa casa rural espanhola repleta de memórias dolorosas e presenças espectrais.

A casa onde a história se passa é mais do que um simples cenário – é um reflexo dos traumas e opressões vividos pelas mulheres que a habitam. As paredes parecem absorver e refletir as décadas de violência e sofrimento, criando um ambiente quase tangível de desespero e dor.

Morreram ambos de puro asco de puro desprezo de puro sangue ruim.

 

Martínez tem um talento notável para capturar e transmitir as emoções das suas protagonistas. A raiva e o ódio que permeiam a vida dessas mulheres são descritos de forma tão vívida que o leitor quase pode senti-los. A escrita é direta e poderosa, o que confere à narrativa uma intensidade incomum. Cada página aumenta a sensação de tensão e desespero, revelando como essas mulheres, apesar de suas diferenças e conflitos, precisam umas das outras para sobreviver.

O romance também é uma denúncia das injustiças sociais e da opressão de género. As experiências das protagonistas mostram de maneira crua e realista os efeitos devastadores do patriarcado e das estruturas sociais opressivas. A luta diária das mulheres por dignidade e sobrevivência num ambiente hostil e opressor é retratada com uma honestidade brutal que não deixará o leitor indiferente.

Além disso, "Caruncho" combina habilmente elementos de terror com um realismo implacável. As sombras e murmúrios que povoam a casa contribuem para uma atmosfera de constante inquietação, tornando a leitura ainda mais intensa.

Este monte de tijolos e sujidade faz sempre a mesma coisa, lança-se sobre qualquer pessoa que atravesse a porta e retorce-lhe as entranhas até a deixar sem fôlego.

 

 "Caruncho" é um romance carregado de emoções e uma crítica social incisiva, em que se celebra a força e a resiliência das mulheres, o que torna este livro numa leitura indispensável para quem busca uma história impactante e memorável, e para quem procura refletir sobre as profundezas mais sombrias do ser humano e as persistentes injustiças sociais.

 

*Oferta da editora 

Há listas de leitura que valem a pena, esta é uma delas!

A lista de leitura, de Sara Nisha Adams

por editepf, em 07.03.23

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Sinopse:

Mukesh leva uma vida pacata num subúrbio de Londres e tenta manter as rotinas estabelecidas pela sua mulher, Naina, que faleceu recentemente. Vai às compras todas as quartas-feiras, frequenta o templo hindu e tenta convencer as três filhas de que é perfeitamente capaz de organizar a sua vida sozinho.
Aleisha é uma adolescente que trabalha na biblioteca local durante o verão e que, curiosamente, não gosta de ler. Até que encontra um papel amachucado dentro de um exemplar de Mataram a Cotovia com uma lista de livros dos quais nunca ouvira falar. Intrigada, e um pouco entediada com o seu trabalho, decide começar a ler os livros aí sugeridos.Quando Mukesh vai à biblioteca para devolver um dos livros de Naina e pedir outras sugestões de leitura, numa tentativa de criar laços com a neta, Aleisha recomenda-lhe os títulos da lista.

É assim que, livro a livro, vão descobrindo a magia da leitura e encontrando novos significados para as suas vidas.E é através destas leituras partilhadas que Aleisha e Mukesh encontram a força necessária para lidar com os desgostos e problemas do dia a dia e reencontram a alegria de viver.


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Opinião: 

Esta sinopse é longa, mas leva-nos a conhecer esta história maravilhosa sobre a amizade,  improvável, entre um idoso e uma jovem. 
Para ser sincera este é um dos livros que não consegui largar até terminar. Para ser mais sincera, ainda, adorei os personagens e fiquei comovida com certos acontecimentos.

A experiência de ler este livro seria ainda mais incrivel se tivesse lido todos livros da lista. Eu li alguns, o que me ajudou a perceber o que os personagens aprenderam com as leituras e o ponto de vista diferente de cada um dos personagens, assim como as lições que dái retiram e se interligam com as suas próprias vivências.
Eu recomendo vivamente este romance, que é sobre amizade, família e uma verdadeira ode ao amor pelos livros.





Clube de Leitura em modo "Romance"

por editepf, em 09.02.20

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Aproxima-se o dia dos namorados e só porque sim (e não tanto para comemorar a data), resolvi abordar o tema "Romance", no Clube de Leitura, de forma a pensar um pouco sobre a sua origem e o percurso até aos dias de hoje.

Acho que já perceberam que não vou escrever, aqui, sobre os livros da fotografia. Acontece que estes livros (e não só) versam sobre mais do que um género literário (romance e policial, thriller e romance, etc.) pelo que é necessário um enquadramento muito simples e resumido (acho eu).

Começando pela história, já na Idade Média se utilizava o termo “romanço” que designava as línguas usadas pelos povos sob o domínio do Império Romano, bem como as composições de cunho popular e folclórico, escritas em prosa e em verso, que contavam histórias cheias de imaginação, fantasias e aventuras.

No século XVII, surge “Dom Quixote de La Mancha, de Miguel Cervantes, escrito em 1600, e este é considerado o percursor do romance moderno.

Não entrando em detalhes, creio que o romance chegou à modernidade com Balzac, atingindo a plenitude com Proust, Joyce e Faulkner. Certamente não pensaram muito nisso, pois não? Eu confesso que não. Recordo-me de ter estudado alguma coisa pois frequentei a área de humanísticas, mas nada sobre a evolução histórica do romance.

Seguidamente, aflorando os tipos de romance, e atendendo que existem inúmeras classificações/interpretações, cingir-me-ei apenas aos mais conhecidos na história.

No romance psicológico, analisam-se os motivos íntimos das decisões e indecisões humanas. O primeiro exemplo perfeito do género foi: As ligações Perigosas (Les Liaisons Dangereuses, 1782)de Choderlos Laclos. 

Quanto ao romance histórico, possuí a característica a reconstrução dos costumes, da fala e das instituições do passado. O primeiro romance histórico da literatura universal foi Waverley  (1814), de Sir Walter Scott  e o maior de todos os romances históricos foi Guerra e Paz (1869), de Tolstoi.

No romance gótico,  existe, regra geral, um cenário lúgubre e desolado com conventos, castelos assombrados, cemitérios. Poderá ainda abordar o horror, o mistério e torturas. Um dos mais conhecidos (existiram mais) surgiu na Inglaterra, pela Mary Shelley, que escreveu Frankenstein (1818).

No que se refere ao romance realista,  que procura fazer o retrato de uma época e da sociedade, o primeiro romance foi o de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, publicado em França, em 1857.

Por último, temos o romance naturalista, com carácter cientificista, de análise social e de valorização do coletivo, indicando-se como exemplo Thérèse Raquin, de Émile Zola, publicado em 1867.

Existem mesmo muitas classificações e poderia continuar indefinidamente. Estou a pensar ainda nos livros de romance de comédia Romântica, de suspense romântico, de fantástico, de Young adult, do romance LGBT e do romance erótico.

O romance comeceu a ter dias menos cor-de-rosa com a ascensão do cinema, ou seja, a partir de meados do século XX. E é então que se intensifica a discussão em torno de uma crise do romance. Fitzgerald foi o primeiro escritor a perceber isso, embora continuasse a acreditar na superioridade deste género literário.

Muitas das vezes já ouvimos alguém dizer que o livro é melhor do que o filme e, na esteira de Fitzgerald, acredito piamente que os livros de romance continuarão a servir-lhes de inspiração mas não deixarão de ter leitores.

 




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