Layout - Gaffe
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A frase "tantos livros, tão pouco tempo" sintetiza um sentimento comum entre os amantes da leitura: a constatação de que, apesar da infinidade de obras literárias disponíveis, o tempo para as explorar é limitado. Esta expressão reflete o desejo de descobrir novos mundos, aprender novas coisas e conhecer diferentes perspectivas através da literatura - mas também a frustração de que a vida é curta demais para ler tudo o que se deseja. Esse dilema é especialmente sentido durante eventos literários, como a Feira do Livro de Lisboa, um dos maiores e mais esperados eventos culturais da capital portuguesa.
Realizada anualmente no Parque Eduardo VII, a feira é um verdadeiro paraíso, onde encontramos uma vasta coleção de livros de todos os géneros e para todas as idades. A Feira do Livro de Lisboa não é apenas um local para a compra de livros; é um ponto de encontro para leitores, autores, editores, livreiros e todo o pessoal das redes sociais. Durante o evento, é comum encontrar escritores, participar de sessões de autógrafos, assistir a palestras e debates sobre os mais variados temas literários. Há também atividades para crianças, o que torna a feira um evento familiar que promove a leitura entre todas as gerações.
Visitar a Feira do Livro de Lisboa uma vez por ano é, para mim, um hábito do qual não abdico. A atmosfera vibrante da feira, com as suas barracas coloridas e o aroma de livros novos misturado com o verde do parque e o perfume dos jacarandás, cria um ambiente inspirador e acolhedor muito propício a um passeio.
E a cada edição, a feira traz novas editoras, lançamentos exclusivos e uma programação cultural diversificada. É, também, uma oportunidade para descobrir novos autores, reencontrar velhos favoritos e, claro, refletir sobre o dilema dos "tantos livros, tão pouco tempo".
Em suma, a frase "tantos livros, tão pouco tempo" reflete bem a sensação que tenho em relação à Feira do Livro de Lisboa, especialmente porque só consigo visitá-la uma vez por ano. A cada edição, sinto que há uma infinidade de livros à espera para serem descobertos, mas o tempo limitado da minha visita deixa a vontade de explorar muito mais.
E vocês, sentem o mesmo ao visitar a Feira do Livro de Lisboa apenas uma vez por ano?
Este é um comentário que urge rebater e ter sempre resposta pronta, mas, para mim, já nem faz mossa. Tomara ter tempo para poder ler e concentração, que, por vezes, também falta...O resto, a rotina, o trabalho, as lides domésticas, os filhos, os problemas, os colegas de trabalho, os amigos, a família, as viagens, as compras, tchiiii tinha muito para contar, só que, ah, e tal, depois não faziam mais nada perante um monólogo que vos "espetava" com todos estes assuntos que me ocupam a cabeça, e pasme-se, NÃO é a ler.
Ler muito, ou pouco, é, assim, a questão de hoje.
A página mais visitada deste blog é a história d´O gato preto, de Edgar Allan Poe. O post em causa não tem novos comentários, não tem uma foto bonita; o conto é bastante mórbido, um horror, e a crueldade sobre pessoas e animais é uma amostra negra do lado mau do ser humano.
Há quem considere este conto como autobiográfico, digno de estudo pela psicologia, dado que tal como o personagem, o autor tinha um lado obscuro, uma mente perturbada e era um boémio, até que, certo dia, após uma bebedeira, foi encontrado inconsciente numa rua e veio a falecer no hospital, em 1849.
A vida não foi fácil para Poe, o mestre do suspense, terror e da ficção científica, mas as histórias que deixou mostram um génio literário muito à frente do seu tempo.
Será que intemporalidade do conto é uma explicação para as contínuas visitas dos leitores?
Ou será que o gato preto em vez de azar dá sorte?
Eu não aconselho a que continuem a revisitar só porque fico com muita pena do pobre do gato, mas já que insistem aqui vai: https://olivropensamento.blogs.sapo.pt/o-gato-preto-de-edgar-allan-poe-48496
A porta na Rua Direita não é uma porta qualquer ou poderia ser já que existem muitas, algumas degradadas como a da casa onde viveu Eça de Queirós.
A tudo assistem, desgastadas, as pedras negras da estreita rua mais conhecida da cidade de Leiria, em direção à porta do "Espaço Eça", da porta centenária da chapelaria "Liz" e até da porta do hostel "Atlas", num edifício antigo renovado.
Mas a porta não é uma porta qualquer, embora os visitantes sigam encautos e encantados pelo visual colorido.
Esta Porta, não abre nem fecha, dá antes vida e alegria àquela rua empedrada e ladeada por edifícios desgatados pelo tempo; e a tudo empresta a cor vívida dos sonhos, refulgindo de sons e fervilhando de atividades e Workshops para os mais pequenos.
Já as pinturas e artesanato saltam à vista de todos, pois saem das mãos de quem tem rosto cansado e se alimenta de esperança.
Para mim, não é uma porta qualquer, é caminho que se percorre reavivando a força dos sonhos para que não sejamos passado em ruína.
Existe um livro com o título de Histórias de Ler e Comer (que nunca ouvi falar e que encontrei por acaso numa pesquisa no google) que poderá servir de mote (o título, claro) para o post de hoje.
À partida ler é uma atividade solitária, certo? No meu caso nem sempre, mas também. É que eu gosto mesmo de estar acompanhada de um petisco (sobretudo batatas fritas, shame on me), tais como pipocas, uma peça de fruta, um café ou um chá, dependo essa escolha da altura do ano.
Portanto, estava eu a dizer, que o tema são as histórias enquanto estamos a ler e a comer, e aposto que a vossa mãe, marido ou filho já vos chamou a atenção quando estão a ler durante o almoço ou ao jantar.
Esta atitude, além de ser encarada como falta educação, poderá não ser a melhor, numa altura em que temos de focar a nossa atenção no alimento. Pois. Não vou comentar.
O entretenimento que o livro nos proporciona é importante, porém, a conclusão que se retira -depois de uma pesquisa aturada e fundamentada na necessidade de escrever algo para o blog - é a de que os livros ficam com uma história para contar.
É muito fácil imaginar o que diriam os meus livros:
1- O d´Os Cinco -«Esta areia resulta daquela ida à praia quando tinhas 8 anos e uma folha ficou dobrada quando saiste para ir ao banho»;
2- Os de Agatha Christie- «Lembras-te que a investigação te deu nervos e que comeste um pêssego que manchou a folha em que ainda não sabias quem era culpado?»;
3-O d´ Amor em Tempos de Cólera-«Já te deves ter esquecido da dedicatória, que deverias considera-me o teu mais precioso tesouro, mas aos 15 anos resolveste deixar-me uma nódoa de chocolate».
Poderia continuar a contar todas as marcas que foram sendo deixadas nos meus livros, pois a mesmas são uma forma de arqueologia que me recorda esses momentos, as aventuras, as férias e os divertimentos.
Se gostarem dos livros direitinhos e bonitinhos na estante, esqueçam o que disse, mas não deixem de refletir sobre o seguinte:
"Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come" (Victor Hugo).
Então, não é óbvia a conclusão de hoje?
Não? Pois, para mim, é óbvio que vou continuar a ler e a comer (ahahah).