Layout - Gaffe
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Gosto de ler porque me faz desligar. Da pressa. Das vozes. Dos pedidos constantes de atenção.É quando me perco num livro que encontro um silêncio bom, um espaço meu — onde o tempo se estica e a mente respira.Mas, ultimamente, até esse refúgio parece menos imune.As redes sociais não param. Pedem, puxam, exigem. Mais presença, mais conteúdo, mais rapidez.Nem sempre mais qualidade.E isso pesa.
Até o que é leve começa a cansar. Até o prazer da leitura sofre pequenas interrupções invisíveis, ruídos constantes que nos distraem do essencial. Ler devia continuar a ser isso: um desligar inteiro, um estar por completo. Talvez o desafio esteja em reaprender a proteger esse espaço.E não permitir que a urgência lá fora nos roube a paz cá dentro.
O corpo avança,
mesmo cansado.
Há pedras nos ombros,
pesadas,
invisíveis,
que nos puxam para o chão
quando sonhamos mais alto.
Mas ainda assim,
há um instante
leve, quase silêncio
em que a luz entra.
Pelo olhar,
pela pele,
por dentro.
É aí que tudo repousa:
os dias ganham cor,
o tempo abranda,
e há amor.
Mesmo sem ver,
a luz regressa.
Insiste.
Aquece.
Desafia a lógica da dor.
E é nas raízes,
firmes na terra daquilo que somos,
que se prepara o florescer.
Porque é preciso resistir
antes de florir.
Este foi o meu livro favorito do mês de abril. Gosto imenso da escrita de Kristin Hannah e da forma como conta cada uma de suas histórias.
Em "As Mulheres" de Kristin Hannah oferece uma perspetiva única e necessária sobre a Guerra do Vietname, destacando o papel muitas vezes negligenciado das mulheres na frente de batalha e as suas consequências.
Ao contrário das narrativas convencionais que se concentram principalmente nos soldados do sexo masculino, este livro mergulha profundamente na vida de Frankie McGrath, uma enfermeira de 20 anos que se junta ao Corpo de Enfermagem do Exército dos EUA.
Hannah não só nos leva através das experiências de Frankie durante a guerra, mas também nos mostra como ela lida com o desafio de voltar para casa depois de testemunhar o horror e a destruição do conflito.
A autora soube retratar bem a transformação de Frankie de uma jovem idealista numa profissional de enfermagem experiente, e finalmente numa veterana que terá de enfrentar o trauma do combate e as dificuldades de se reintegrar à sociedade.
Com uma escrita envolvente e uma personagem central memorável, este livro vai muito além de ser apenas um romance histórico; é uma poderosa reflexão sobre a força feminina, a camaradagem e a luta pela sobrevivência no meio do caos da guerra.
Adorei e recomendo a todos.
Já leram?