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Tantos livros, tão pouco tempo

Feira do Livro de Lisboa 2024

por editepf, em 07.06.24

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A frase "tantos livros, tão pouco tempo" sintetiza um sentimento comum entre os amantes da leitura: a constatação de que, apesar da infinidade de obras literárias disponíveis, o tempo para as explorar é limitado. Esta expressão reflete o desejo de descobrir novos mundos, aprender novas coisas e conhecer diferentes perspectivas através da literatura - mas também a frustração de que a vida é curta demais para ler tudo o que se deseja. Esse dilema é especialmente sentido durante eventos literários, como a Feira do Livro de Lisboa, um dos maiores e mais esperados eventos culturais da capital portuguesa.

Realizada anualmente no Parque Eduardo VII, a feira é um verdadeiro paraíso, onde encontramos uma vasta coleção de livros de todos os géneros e para todas as idades. A Feira do Livro de Lisboa não é apenas um local para a compra de livros; é um ponto de encontro para leitores, autores, editores, livreiros e todo o pessoal das redes sociais. Durante o evento, é comum encontrar escritores, participar de sessões de autógrafos, assistir a palestras e debates sobre os mais variados temas literários. Há também atividades para crianças, o que torna a feira um evento familiar que promove a leitura entre todas as gerações.  

Visitar a Feira do Livro de Lisboa uma vez por ano é, para mim, um hábito do qual não abdico. A atmosfera vibrante da feira, com as suas barracas coloridas e o aroma de livros novos misturado com o verde do parque e o perfume dos jacarandás, cria um ambiente inspirador e acolhedor muito propício a um passeio. 

E a cada edição, a feira traz novas editoras, lançamentos exclusivos e uma programação cultural diversificada. É, também, uma oportunidade para descobrir novos autores, reencontrar velhos favoritos e, claro, refletir sobre o dilema dos "tantos livros, tão pouco tempo".

Em suma, a frase "tantos livros, tão pouco tempo" reflete bem a sensação que tenho em relação à Feira do Livro de Lisboa, especialmente porque só consigo visitá-la uma vez por ano. A cada edição, sinto que há uma infinidade de livros à espera para serem descobertos, mas o tempo limitado da minha visita deixa a vontade de explorar muito mais. 

E vocês, sentem o mesmo ao visitar a Feira do Livro de Lisboa apenas uma vez por ano? 

A Cicatriz, Maria Francisca Gama

por editepf, em 26.02.24

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"A Cicatriz" narra a história de um casal que, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, toma uma decisão aparentemente insignificante que desencadeia uma série de eventos devastadores.
Com base na sinopse sabemos à partida que o livro explora um tema profundo e emocional, mas nada nos prepara para a crueza dos acontecimentos e a sensação de um nó no estômago, palpáveis ao longo de toda a história.
O uso de um tom confessional na narrativa na primeira pessoa, absolutamente arrasadora, foi, para mim, assustadoramente real. E por esse motivo no final da leitura tive de reflectir durante algum tempo e reconfigurar as emoções sentidas durante a leitura.
Isto porque não considerei apenas como uma história, mas como uma experiência que, infelizmente, sabemos que e uma realidade no Brasil.
Parabenizo a autora pela intensidade da narrativa e agradeço pela extraordinária reflexão sobre a fragilidade da felicidade e em como uma pequena decisão pode mudar tudo.
Eu realmente gostei do livro e acho que também vão gostar. 

É real? Não é?!

Contem-me a vossa experiência pois gostaria imenso de saber se sentiram o mesmo.

Há listas de leitura que valem a pena, esta é uma delas!

A lista de leitura, de Sara Nisha Adams

por editepf, em 07.03.23

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Sinopse:

Mukesh leva uma vida pacata num subúrbio de Londres e tenta manter as rotinas estabelecidas pela sua mulher, Naina, que faleceu recentemente. Vai às compras todas as quartas-feiras, frequenta o templo hindu e tenta convencer as três filhas de que é perfeitamente capaz de organizar a sua vida sozinho.
Aleisha é uma adolescente que trabalha na biblioteca local durante o verão e que, curiosamente, não gosta de ler. Até que encontra um papel amachucado dentro de um exemplar de Mataram a Cotovia com uma lista de livros dos quais nunca ouvira falar. Intrigada, e um pouco entediada com o seu trabalho, decide começar a ler os livros aí sugeridos.Quando Mukesh vai à biblioteca para devolver um dos livros de Naina e pedir outras sugestões de leitura, numa tentativa de criar laços com a neta, Aleisha recomenda-lhe os títulos da lista.

É assim que, livro a livro, vão descobrindo a magia da leitura e encontrando novos significados para as suas vidas.E é através destas leituras partilhadas que Aleisha e Mukesh encontram a força necessária para lidar com os desgostos e problemas do dia a dia e reencontram a alegria de viver.


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Opinião: 

Esta sinopse é longa, mas leva-nos a conhecer esta história maravilhosa sobre a amizade,  improvável, entre um idoso e uma jovem. 
Para ser sincera este é um dos livros que não consegui largar até terminar. Para ser mais sincera, ainda, adorei os personagens e fiquei comovida com certos acontecimentos.

A experiência de ler este livro seria ainda mais incrivel se tivesse lido todos livros da lista. Eu li alguns, o que me ajudou a perceber o que os personagens aprenderam com as leituras e o ponto de vista diferente de cada um dos personagens, assim como as lições que dái retiram e se interligam com as suas próprias vivências.
Eu recomendo vivamente este romance, que é sobre amizade, família e uma verdadeira ode ao amor pelos livros.





Os melhores de 2018

por editepf, em 06.02.19

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Pensei neste post para o mês de janeiro, no entanto, já iniciamos o mês de fevereiro e fico parva como o tempo voa rápido e sem pestanejar! O facto de ser um post tardio só vem dar razão ao velho ditado "mais vale tarde do que nunca". Pessoalmente, considero que é uma retrospetiva necessária para que fique um registo no blog e não num Bullet Journal ou numa agenda qualquer.

 

Por essa ordem de ideias deveria falar de todos os livros que li em 2018, mas não, não o vou fazer, porque, a meu ver, seria um post extenso e maçador. Porém, quero deixar apenas uma nota relativamente aos que não vou mencionar e que dei 4 estrelas. Enquanto leitora estou cada vez mais exigente e quero sempre mais. Quero um final diferente. Quero que o livro não seja um calhamaço. Quero ainda que a história me surpreenda e ensine coisas novas. No fundo, aos livros de 4 estrelas, faltou-lhes um bocadinho «assim»  tão pequeno que se calhar a culpa é minha e não dos livros. 

 

Voltando ao assunto inicial, tenho de admitir que li muitos bons livros no ano de 2018. Foi um ano de constante viagem, no tempo, que voou, nas palavras e na companhia de diferentes escritores. Emergi tanto na leitura que ela absorveu-me por completo e roubou-me as palavras que deveria dedicar ao blog. São uns invejosos, os livros!!!

 

Posto isto, a razão por detrás desta escolha, para melhores do ano 2018, prende-se com a necessidade de optar por aqueles que me tocaram, pelos que me deixaram a pensar e, sobretudo, pelos que considero que valem mesmo a pena ser lidos.

 

ASSIM:

- Com "O Tigre Branco" conheci a Índia corrupta e o contraste entre os muito ricos e muito pobres. Não há um meio termo. As cartas então são deliciosas, numa ironia crua e realista;

- Na "Sociedade Literária da Tarte da Casca de Batata", os personagens, tal como eu, adoram ler e falar de livros. Em Dawsey, uma ilha em França,  reina a destruição e a fome, após a Segunda Grande Guerra. E novamente as cartas foram o deleite neste leitura;

- "A História de Uma serva", é uma distopia e aborda um tema delicado das barrigas de aluguer. A raça humana poderá estar em perigo e este livro demonstra-o bem. Uma lição ou uma mensagem? Não sabemos, mas está muito próximo da realidade;

- Já com "O Homem Chamado Ove", o velhote, intratável, irascível e insuportável, podemos aprender a tolerar ou a odiar a velhice. Cabe a cada um decidir. O que é correto pensar acerca deste livro é que a solidão dos idosos é cada vez mais preocupante;

- O "Frankestein" é um livro de leitura obrigatória. O monstro que é criado pelo homem tem sentimentos, mas o desprezo e a solidão transformam a sua natureza boa em algo diabólico. Acho que o papel de Deus na mão do homem tem de ter limites;

- "À Espera no Centeio" é sobre o jovem Holden, na adolescência, com a sua rebeldia. Uma fase pela qual todos passamos, com as suas dores, incertezas e injustiças. 

- "O meu ano mágico", não é para qualquer um, pelo menos no que à disponibilidade diz respeito, em particular, no nosso país. Não fosse a morte de alguém próximo da escritora,  queria muito ler um livro todos os dias durante 365 dias. Acho que seria o sonho de qualquer livrólico.

- "O rouxinol" causa graves alergias oculares acompanhadas de choro intenso. Deveria, por isso, vir acompanhado de "bolinha"  no canto superior do livro, em forma de aviso para os leitores mais sensíveis. O que torna interessante esta história, além da capacidade de escrita da autora, é o papel das mulheres, especialmente as que colaboraram com a Resistência Francesa durante a Segunda Grande Guerra;

- "A quinta dos animais" é uma fábula com animais que dá que pensar e que representa a sociedade, bem como os políticos na  sua constante sede de poder obtido a qualquer custo. O povo é que sofre;

- "Verónica decide morrer", ironicamente, consta da lista dos 1001 livros para ler antes de morrer. A depressão e o suicídio são um problema muito atual, entre jovens e não só;

- "Ensina-me a voar sobre os telhados" é sobre voar ou sobre um sonho impossível (ou sobre a loucura, a meu ver). Quer seja a levitar no Japão ou com os pés assentes em Lisboa,  a descoberta de um sentido para a vida é algo que faz parte do ser humano;

- "O fogo será a tua casa" possui o encanto da escrita que eu mais aprecio e que, com pena minha, é difícil de aprender porque é um dom com que se nasce. Já os personagens, diferentes e caricatos, comportam-se como se seguissem um guião pré-determinado que os leva a contar a sua vida no covil dos fundamentalistas islâmicos. [Por vezes, ia jurar que estava enganada no local onde se encontravam os personagens, que tudo se passava num bar e que começaria com a anedota da freira, do jornalista turco e do americano]; 

-"Help me!", bem que poderia ser o meu pedido, depois deste longo post. Neste livro, a autora irá colocar na prática os ensinamentos dos livros de autoajuda, o que a coloca em situações embaraçosas, hilariantes e complicadas. Não me imagino a saltar de paraquedas só porque sim, pelo que o perigoso não são as ideias mas a forma como as colocamos em ação.

 

 




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