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Uma coisa que aprecio, além de livros, são as fotografias diferentes e naturais. Vejo muitas fotografias todos os dias no Instagram e penso sempre em fazer algo semelhante ou, pelo menos, em experimentar. Mas, embora tenha várias ideias do que quero fazer, nada me preparou para a dificuldade em tirar fotos, sem me sentir observada. Diria mesmo que já vi vários paparazzis, mas só que sem a máquina fotográfica. Das duas uma: ou algo está errado ou então o que faço é mesmo muito estranho para quem não está habituado.

 

Fotografar com um telemóvel é vulgar. Fotografar com uma máquina já sobressai. E se experimentarem com um livro, então, é simplemente esquisito. Não sei se isto se passa apenas pela minha cabeça, mas, aparentemente, lá vou conseguindo lidar com os olhares dos curiosos. É melhor não pensar demasiado.

 

No domingo passado, por volta das 16h:00m, estavam cerca de 10 graus e o sol já se tinha escondido, então resolvi que o melhor local para fotografar o livro do Nuno Nemopuceno seria num Parque de Merendas, um sítio um pouco isolado. A Uma última ceia estaria assim em  comunhão com a Natureza.

Foto 1

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Pois é, deveria estar deserto, mas não estava, porque àquela hora ainda estavam duas mesas com pessoas a fazer um piquenique. Pessoas sem livros, sou só eu a achar isso estranho?

 

Por acaso até saiu bem e poderia ter terminado as sessões fotográficas, porém, ontem, à hora de almoço, resolvi experimentar entrar numa Igreja e afrontar todos os clérigos com uma fotografia ainda melhor. Seria A Última Ceia numa espécie de vingança disfarçada e uma forma de protesto contra os podres da Igreja.O máximo que me poderia acontecer era levar um ralhete do padre, pensava eu. Entrei e estavam duas senhoras no altar a rezar alto. Uma Igreja enorme e estavam duas senhoras, sem livros, a rezar sozinhas. Pessoas estranhas, ou sou só eu a achar isso estranho?

 

Foto 2

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Olhem, tive de me contentar com a porta, mas respirei de alivio, porque me livrei de uma situação daquelas complicadas de explicar, e continuei a minha aventura estranha com pessoas ainda mais estranhas.

 

Foto 3

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Mais uma foto que ficou bem e ainda assim, numa tentativa de enfrentar os medos, fui andando para outros locais.

Durante o resto do passeio tudo corria bem e eis senão quando encontrei uma senhora ao telemóvel. Falava tão alto que ouvi toda a conversa sobre a sua gravidez. Pessoas muito estranhas.

 

Foto 4

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Virei logo na primeira Rua e depressa esqueci o sucedido, porque a hora de almoço estava a terminar e o trabalho náo espera por ninguém.

 

Foto 5

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Espero que tenham gostado e, se acharam alguma coisa estranha, por favor comentem. 

 

P.S.1. O Nuno Nepomuceno é só o escritor mais simpático que conheci até hoje, pelo que espero que este post não seja de molde a ferir susceptibilidades. Se for o caso, apresento as minhas sinceras desculpas.

P.S.2.Muitos parabéns pelo seu sucesso e espero que o novo livro já venha a caminho!

 

 

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Sempre fui muito observadora. Em miúda diziam que tinha olhos grandes, o que nem sempre era um elogio. Talvez por ser muito tímida e calada os meus olhos fossem intimidantes, não sei, o que me recordo foi que tinha uma enorme curiosidade por tudo o que me rodeava. E assim que tive a minha primeira máquina fotográfica comecei logo a tirar imensas fotografias. Infelizmente, os rolos e a revelação eram muito caros, pelo que tive de conter (e muito) os meus dotes artísticos recém descobertos. Eram tempos diferentes, sem tecnologias. Podia gostar de fotografia, mas depressa comprendi que tinha livros para ler e matérias para estudar e fui esquecendo o assunto.

 

Tanto a fotografia como os livros ficaram uns tempos relegados para segundo plano. Os estudos avançaram e na faculdade não tinha tempo para mais nada. Depois vieram os tempos em que, apesar de licenciada, era difícil arranjar trabalho, e depois ainda os filhos. Feitas as contas, demorei cerca de 15 anos a retomar onde tinha ficado.

 

Esta introdução já vai longa e o que eu quero transmitir é que de futuro vou fazer o que gosto e sempre com a mente aberta a novas descobertas, seja de uma fotografia a um livro ou a uma paisagem, seja ao que for. Claro que há sempre uma história por detrás, pois sou apenas uma mera amadora e isso nota-se.

 

Por exemplo, quando estava a tirar fotografias ao livro "A Grande Solidão" estava um senhor a fumar um cigarro eletrónico e a olhar para mim. Deve ter pensado que eu era uma maluquinha dos livros, o que até nem é descabido, mas ignorei e continuei.

[Os meus olhos grandes continuam muito ativos].

 

No fim de contas, vamos lá a raciocinar sobre o assunto, é estranho tirar fotografias ou fumar um cigarro eletrónico? O que acham?

 

 

 




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