Layout - Gaffe
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É por detrás do computador que me encontro a escrever, geralmente, num torvelinho de ideias que me atormentam. Presa às palavras? Não, porque as palavras podem libertar. Acredito piamente nisso e na ideia de libertar/escrever tudo o que nos vem à mente até num simples agradecimento.
Num local destinado às ideias, palavras e livros, que adquire significado quando encontra o reconhecimento e o carinho dos leitores, expresso, desde já, uma enorme admiração pelas pessoas que vou encontrando e que me levam a acreditar que vale mesmo a pena andar por aqui.
Hoje o meu enorme OBRIGADA é dirigido à A Gaffe e as Avenidas pelo seu trabalho e paciência na alteração do layout do meu blogue. Está lindo, lindooo!
Eis como o blogue surge vestido de novas vestes, suaves e diáfanas, contendo referências aos livros, aos pensamentos e ao equilíbrio, sob o qual devem ambos coexistir, usando ainda da criatividade, sofisticação e minimalismo.
Palavras para quê. MARAVILHOSO.
E vocês o que acharam?
Ao ler esta frase pensei, cá para com os meus botões, que o racicíonio lógico é simples e que nós é que complicamos tudo. Sem dúvida que existe uma tendência natural de procurar ler o que está nas entrelinhas, uma tendência que criou raízes nas aulas de filosofia.
Assim de repente, ao olhar para esta frase e para esta imagem, veio-me à cabeça o seguinte:os livros pequenos e os pequenos mundos foram abduzidos pelos grandes livros e pelos grandes mundos? Isto será discriminação, rapto ou alienação?
Creio que pensar faz mal quando estamos a tentar escrever algo de jeito para colocar no blogue...e ainda vou presa por descobrir uma nova teoria da conspiração editorial:).
Não vou falar de comida nem de conselhos para uma vida saudável. Vou expor um conceito que se prende com uma dieta equilibrada de livros. Se me enganei? Nem pensar. Sei que vos pode parecer um absurdo e se acreditam que não existe tal coisa, na verdade existe. Sempre existiu.
Admito que desconhecia que era uma adepta deste tipo de dieta, já que a outra não funciona, mas, após pensar um pouco sobre a forma como escolho os livros, cheguei à conclusão que o meu menu de leituras é muito variado. E porquê, perguntam vocês? Porque não leio sempre o mesmo género ou o mesmo autor. Creio que ando sempre a pensar em várias coisas ao mesmo tempo. A reflexão é maior. O poder de argumentação também. Ah, e a criatividade, claro!
No que se refere à forma de escolher livros, não tenho nada contra aqueles ou aquelas que optam por clássicos, fição, biografias, ou outro tipo de leituras que suscitem interesse. O importante é ler. Aliás, sabiam que poderão só conseguir ler 3.500 livros durante a vossa vida? É assustador. Não gosto de estatísticas e sempre fugi da matemática!
Voltando ao tema inicial, eu comecei a ler aos 9 anos e nunca mais parei. Os gostos foram variando com a idade. No entanto, talvez por ter tido contato com livros de aventura, policiais, romances, fição, esoterismo, terror, suspense, thriller, desde tenra idade, nunca me cingi a um único género.
Não pensem que isto é fácil. Tal como na outra dieta, a minha dieta equilibrada de livros leva-me a fazer disparates. Porque também nesta dieta há dia da asneira e nesses dias devoro os livros a que designo de "fast food". Nesses dias, preciso de sair do tom sério, desligar-me do mundo e usar unicamente a imaginação.
Além disso, a minha dieta equilibrada faz com que procure os melhores ingredientes, nas prateleiras de supermercado, nas estantes de livrarias e nas feiras de velharias ou do livro. E o ingrediente secreto que costumo usar é o do preço mais baixo. Sabe sempre bem e raramente dececiona!
Para tudo há uma receita e acredito que os blogues literários terão a sua guardada a sete chaves. Nesse caso, o segredo é a alma do negócio.
Na dieta equilibrada de livros não há segredos e a receita é bem vossa conhecida.
E vocês, já estão a fazer dieta?
Bato à porta de nada ensurdecido e bronco,
forrado a lama seca ou sarro destes anos
que mais que tudo me vestiram de tonto,´
dos que limpam os carros com a baba que lhes cai
sobre a cinza do fato; bato à porta do nada
sem dizer ui nem ai mas apenas grunhindo
de olho embaciado sem o cristal da lágrima,
bato à porta com braços, pernas, bocas e dentes,
mas sem saber no fundo, mas sem saber de caras
se deveras lhe bato quando lhe bato assim,
no nada dessa porta, ou ela bate em mim.
Pedro Tamen, em Foro das Letras, Janeiro de 1998
A bloggess pediu que a ajudassem a colorir este desenho e que lhe enviassem o resultado. É relaxante. Gastei duas horas e nem dei pelo tempo passar. Bem sei que não está perfeito, mas é um trabalho moroso e de muita paciência. Além do mais, não usei qualquer critério na escolha das cores.Acho que expressei uma explosão de criatividade imaginária. Já quanto à qualidade, temo ter arruinado, um pouco, o desenho da Jenny. Ups. Sorry, Jenny.
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa, em "Mensagem".