Layout - Gaffe
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ir à feira do livro de Lisboa é sempre um passeio que adoro. O facto de morar longe impede-me de ir todos os dias, mas, uma vez por ano, rumo a Lisboa e aproveito para ir ao encontro do Clube dos Clássicos Vivos. São duas experiências que me ficam na memória e o ambiente é, simplesmente, fantástico. Como não gostar de estar rodeado por livros e com pessoas que adoram falar sobre eles?
No passado sábado, dia 15, assim fiz. Não levei qualquer lista e comecei por procurar apenas os livros do dia, com preços mais simpáticos e convidativos. Porém, acabo sempre por não resistir a outros livros que me saltam à vista, penchinchas, uns, por indicação, outros.
O encontro correu bem. Conheci o Filipe e a Lia e voltei a encontrar a Claúdia (A mulher que ama livros), a Carolina (Holly reader), a Sandra (Say hello to my books), a Mafalda (A outra Mafalda), a Cristina (Books, Less Beer & a baby), a Jessica (Cia Literária) e a Inês (Books4everyone). Nem todos leram Fundação, mas todos adoraram a Quinta dos Animais. Este clássico é para ler e retirar ilações bem interessantes. Acho que não é só uma crítica ao regime de Estaline, embora fosse escrito entre 1943 e 1944, porque é uma história que mantem a atualidade. Mais. Eu consegui retirar outra interpretação, quando pensamos mundo laboral. Muitas das vezes quem chega a chefe acontece mudar, o que, na minha opinião, me leva a concluir que o Poder é que transforma as pessoas.
Mas voltemos à feira. Se ao início esta estava vazia, depois, a seguir ao almoço, encheu-se de tal forma que mal se rompia junto de algumas bancas, como a da tinta-da-china que, com pena minha, não consegui nem chegar perto.
Comprei dez livros, ou seja, menos quatro do que o ano passado, talvez por já estar tudo muito escolhido e a Relógio de Água não me ter convencido nada este ano.
Quase no final da feira encontrei a Elisa Santos (A miúda geek ) e, como só a conhecia das redes sociais, estivemos um pouco à conversa.
Muito bom e a repetir. Até para o ano!
Ficam as imagens para recordar.
Jane Eye, numa tarde fria e húmida de novembro, lê no assento da janela por detrás das cortinas vermelhas em Gateshead, a casa dos seus parentes, os Reeds. É assim que o romance começa, ou seja, com esta cena e com o conflito provocatório do primo, John Reed. John é a imagem do filho mimado, violento e malcriado. Jane é a orfã pobre, de aparência modesta, que não se intimida perante as ameças de John e os castigos da tia. Perante isto, com 10 anos de idade, Jane não tem amigos. Os livros são o seu único refúgio e alimentam a sua imaginação. Desde o início do romance até ao final, Jane lê vários livros. Ela acredita que isso lhe trará a educação que permitirá a independência e uma melhoria da sua posição na sociedade. E com toda a razão. Será em Lowood que ela aprenderá a desenhar e uma profissão que lhe permitirá ganhar o seu sustento sem ajudas de ninguém. É ou não uma mulher insubmissa e muito à frente do seu tempo?
Ao contrário da vida calma de Jane, Edward Farfaix Rochester teve uma vida desregrada, apaixonando-se por várias mulheres. Assim, quando ele conhece Jane, planea mudar o seu estilo de vida, mas terá muito que penar até conseguir os seus intentos.
Embora já conhecesse a história voltei a ficar surpreendida, sobretudo com a resiliência de Jane, uma simples mulher, que acaba por aceitar o amor na adversidade, mais uma vez demonstrando a sua coragem e determinação.
Esta leitura despertou alguns sentimentos novos. Lembro-me da primeira leitura, de sentir indignação com as atitudes da tia e do primo e de sentir muita tristeza pela maneira como ocorreu a morte da sua melhor amiga [quem leu sabe a que me estou a referir]. Já na releitura, senti várias vezes um sentimento de irritação. Na verdade, já não me recordava bem de Mr. Rochester e não o achei lá muito romântico.
Ao contrário do provérbio original, durante o mês de março não existiram tardes de Verão. A chuva tão necessária começou a aborrecer e só apetecia sair e andar a passear por aí. Paciência (de jovem, como dizia a minha filha quando era pequena). Enfim, já que não podemos regular o tempo, podemos ao menos escolher a companhia. E almoçar com pessoas. E comer comidinha saudável. E ficar a olhar para duas fatias enormes de bolo, um de chocolate e outro igualmente apetitoso (não é Claúdia?), e sentir um enorme desconsolo. Pois. Não estão a perceber nada. Eh, eis o senão desse dia. Já vou contar.
Esta fotografiia foi tirada pela Sandra, do blog Say Hello To My Books, no último encontro do Clube dos Clássicos Vivos, que se realizou no passado dia 17 de março, no Forúm Tivoli. Somos giras, não acham?
Como o encontro era de tarde, almoçamos primeiro num restaurante vegetariano, pequeno e muito simpático, chamado "Arco Íris", que fica na Avenida da Liberdade (não se fiem pois o meu sentido de orientação não é grande coisa). Durante o almoço a conversa foi animada (e não falamos só de livros, okay?),porém nada faria prever o meu "desgosto". O drama e o horror apossaram-se de mim quando pensei que tinha acabado de trincar uma pedra. O que é que se tinha passado? Pois. O que se passou foi que a prótese dentária provisória caiu...Entretanto, disfarcei o máximo que consegui e perdi o apetite (até para comer bolo, o que não é normal em mim). Nesse momento, não sabia qual seria o aspeto, que julguei que estaria muito próximo de uma bruxa desdentada com uma cratera, e permaneci em silêncio.Lá me refiz do choque inicial e pensei: deixo isto aqui ou levo à dentista??? Acho que fiquei catatónica perante o dilema pertinente (e que fez a minha dentista rir com gosto) e encerrei o assunto da melhor forma que soube, dizendo para mim própria: deixa lá isso, se ninguém disser nada é porque não é tão mau como pensas (e não era!).
O resto do dia correu muito bem e em ótima companhia. Rimos, falamos, fizemos barulho.
Mas perguntam vocês: e o livro, não falaram do livro? Pois falamos bastante sobre a Jane Eyre e o Mr. Rochester, essa paixão que dividiu opiniões. Será que Mr. Rochester era o mau da "fita"?
Hum. Acho que vou ter de deixar para um post sobre o livro...
Já agora uma curiosidade: Vocês sabiam que Charlotte Brontë gastou o primeiro dinheiro que recebeu com o livro "Jane Eyre" no dentista?
A frase "cortem-me os pulsos já" foi proferida, ontem, pela Sandra, no Encontro do Clube dos Clássicos Vivos, aqui em Leiria, mas achei que vem muito a propósito da "Ilustre Casa de Ramires", de Eça de Queiros, mais concretamente, ao pouco tempo que dediquei à leitura deste clássico. Não li mais do que 50 páginas (parece que é a parte chata) e, como se isso não bastasse, apenas fiquei 10 minutos no encontro. Claro que sei que o tempo não estica nem dá para tudo, mas fiquei com imensa pena de não poder ficar e presenciar toda a discussão gerada em torno do livro.
Para grandes males grandes remédios e a LIVE da Cristina (muito agradecida), do canal Books&Beers, permitiu que assistisse ao resto do encontro, o qual foi bem animado e interessante. Valeu mesmo a pena.
Obrigada a todas:
http://amulherqueamalivros.blogs.sapo.pt/
http://hollyreader.blogs.sapo.pt/
http://sayhellotomybooks.blogs.sapo.pt/
http://barbarareviewsbooks.blogspot.pt/
http://menteliteraria.blogs.sapo.pt/
Estou um pouco atrasada nos post´s aqui no blogue, mas não quero iniciar este ano sem deixar de falar nas leituras que fiz no âmbito do Clube dos Clássicos Vivos e do Livro Secreto.
Aderi ao CLUBE DOS CLÁSSICOS VIVOS em dezembro de 2016 e, durante o ano 2017, foram votados vários títulos pelos membros. O período de votação é sempre de dois em dois meses de forma a dar tempo de ler e discutir as obras escolhidas.
Tenho acompanhado esta iniciativa da Cláudia (a mulher que ama livros) e da Carolina (Hollyreader) com entusiasmo.
O que mais gosto neste grupo ou clube tem sido o incentivo à leitura de clássicos.
Durante o ano, li 5 clássicos (li mais mas estes foram os escolhidos pelos membros do Clube no goodreads).
A leitura que mais me surpreendeu foi a de Dom Casmurro.
A que mais me desiludiu foi O vermelho e o Negro.
Apenas houve uma releitura com O crime do padre amaro.
Paris é uma festa e uma Boneca de Luxo foram os que gostei menos, mas considero que são importantes para conhecer os respetivos autores.
Curiosamente, no LIVRO SECRETO do eagora?sei lá, li mais 3 clássicos que me surpreenderam. Estou a referir-me a Emigrantes, O velho e o mar e a Bichos. Fantásticos, mesmo, têm de ler.
Desde Fevereiro de 2017, altura em que aderi ao grupo, li 10 livros.
Nuns chorei (Às terças com Morrie) e noutros ri a bom rir ( Obrigada pelas recordações).
Gostei muito de uns, outros nem tanto. Todos foram importantes à sua maneira e por isso nunca desisti nem deixei de ler nenhum.
O que mais gosto neste grupo é da surpresa no correio, pois não sabemos o livro que vamos ler nesse mês, nem o autor que vamos conhecer.
Posto isto, atendendo a que li bastante mais clássicos e livros que sairam da minha zona de conforto do que em anos anteriores, considero que o balanço geral não poderia ser mais positivo.
Resta desejar que o 2018 traga, igualmente, muitas e boas leituras.
Sinopse: aqui.
Opinião: A minha estreia com Machado de Assis. Este clássico da literatura brasileira foi publicado em 1899 e é uma das suas grandes obras. Existem vários estudos e análises ao livro "Dom Casmurro", mas isso não me vai impedir de partilhar a minha experiência enquanto leitora. Nessa qualidade, e nessa apenas, confesso que comecei a ler o início do livro com pouco entusiasmo. Cada folha corresponde a um capítulo, num total de 148, e temos de dar um passinho de cada vez para conhecer todo o enredo. Uma técnica de escrita para a qual não estava preparada.
A história começa pela revelação do porquê do nome Dom Casmurro e dos motivos para escrever um livro na velhice.
Enfim, agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é pacata, com a exterior, que é ruidosa.
Deste modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo.
Bento Santiago (Bentinho), Dom Casmurro, é apaixonado pela vizinha Capitolina (Capitu), a primeira amada do seu coração. Com ela desabafa muitas das suas angústias, incluindo a que se refere à promessa de D. Glória, mãe de Bentinho, de tornar o filho padre. Depois de abandonar o seminário, ele casa com Capitu e a sua felicidade aumenta com o nascimento do filho. Porém, um evento irá mudar o rumo dos dois.
Todas as noites li um capítulo desta história, que parecia não ter fim à vista, até que acordei de repente e li compulsivamente até ao final. Voltei atrás, li novamente alguns capítulos, e percebi que o que não foi um amor à primeira vista tornou-se em enorme admiração. Adorei. No final, compreendi que as pistas estão todas lá, e vão sendo dadas aos poucos de uma forma velada, como quem não quer a coisa, para depois se dar a apoteose com a revelação de uma verdade dolorosa - ou mentira, consoante a opinião.
Se querem ler este clássico, o que recomendo vivamente, comecem por reservar um tempinho nas férias ou num fim-de-semana de forma a poderem sentir cada palavra e a extraiar o seu pleno significado. Não considero que a escrita de Machado de Assis seja difícil, mas a sua aparente simplicidade tem artifícios de um verdadeiro mestre.
Preparem-se.
Classificação: 4/5
Opinião: Stendhal tinha 47 anos quando escreveu "O Vermelho e o Negro". Este romance histórico-psicológico foi publicado em 1830. Hoje em dia, seria descrito como uma história de amor "baseado em factos verídicos", uma vez que Stendhal ter-se-á inspirado no caso de Antoine Berthet. Tal como Julien, Berthet era um jovem que ingressou num seminário e, depois, foi perceptor e amante de madame Michoud. Mais tarde vinga-se nesta e atira durante a missa. O seu julgamento ocorreu em dezembro de 1827 e em 1828 foi executado com vinte cinco anos de idade (para mais detalhes ler aqui)
No que diz respeito ao romance "O Vermelho e o Negro", tudo gira em torno de Julien Sorel. Trata-se de uma personagem egocêntrica que odeia o pai e não se dá com a família. A sua ambição leva-o a querer estar longe do pai e dos irmãos e afirmar o seu valor. Assim, com 18 anos, ele aspira ir para o seminário se bem que idolatra não Deus mas Napoleão. Aliás, apesar de saber a bíblia de cor, Julien não demonstra interesse nenhum na bíblia ou nos seus ensinamentos.
Julien é protegido do cura Chélan e é convidado pelo senhor Rênal para perceptor dos seus filhos. Julien aceita essa oportunidade como forma de ascender socialmente e de ganhar dinheiro, porém, não corre tudo de acordo com os seus desejos. É caso para dizer que "nem tudo o que luz é ouro" e Julien facilmente se aborrece das pessoas e da sua amante, a madame Rênal.
O romance é composto por duas partes: a primeira decorre na província como perceptor dos filhos dos Rênal e depois no seminário em Besançon, a segunda em Paris como secretário do Marquês de La Mole.
A meu ver, a forma de pensar de Julien torna-o detestável tanto na primeira como na segunda parte do romance e a leitura não decorreu de uma forma aprazível, sobretudo a partir do momento em que ele vai para Paris. Acho que é muita hipocrisia, quer da parte de Julien e quer dos La Mole, e todo o enredo "estranho" conduz à desgraça de quem tem o azar de conviver com Julien.
Só um idiota - dizia consigo mesmo - se encoleriza contra os outros; uma pedra cai porque tem peso. Hei-de ser sempre uma criança? Quando é que adquirirei o bom costume de só entregar a minha alma a esta gente por motivos de dinheiro? Se quero ser estimado por eles e por mim próprio, torna-se necessário demonstrar-lhes que a minha pobreza mercadeja com a sua riqueza, mas que o meu coração está a mil léguas da sua insolência e colocado numa esfera demasiado elevada para ser tocada pelos seus pequenos sinais de desdém ou de favor.
Sinopse:«Apesar das numerosas semelhanças entre "O Vermelho e o Negro" e "A Cartuxa de Parma", os dois romances são subtilmente diferentes na sua perspectiva erótica e na representação dos protagonistas de Stendhal. A nostalgia de glória napoleónica não abandona Julien quase até ao fim, mas extingue-se em Fabrizio depois da derrota de Waterloo. O autêntico amor não se apodera de Julien a não ser nos seus últimos dias e, ainda que não existam motivos para duvidar da sua sinceridade, tanto ele como Madame de Rênal sabem que não têm futuro, o que constitui um nada negligenciável motivo para intensificar a paixão.» «Julien Sorel nada sabe de si próprio; só é capaz de sentir as paixões depois de as simular e tem um inegável talento para a hipocrisia. E, no entanto, Julien mantém o nosso interesse e, mais do que isso, fascina-nos, não somos capazes de sentir antipatia por ele.» Harold Bloom, "Futuro da Imaginação" «Stendhal faz com que o leitor se sinta orgulhoso de ser seu leitor.»
Boneca de Luxo é o título traduzido do romance de Truman Capote, o qual foi escrito em finais de 1950 e publicado em 1958. A história começa pelo fim e o narrador, que não revela o seu nome, começa a contar, quinze anos depois, o ano que passou na companhia de Holly Golightly. E foi no ano de 1943 que algo captou a atenção do narrador: a caixa de correio da vizinha e o cartão sugestivo na mesma "Em Viagem".
Holly, a vizinha, é jovem, bonita, loura e ambiciosa, gosta de grandes festas e de estar rodeada de homens influentes.
Basicamente o tema central, neste pequeno livro, é o da amizade e da liberdade. Holly é livre. Holly busca a sua felicidade, a fama e o sucesso, de forma a ter sempre quem a sustente.Os amigos facilmente se apaixonam e "Fred", como é chamado por Holly uma vez que lhe lembra o irmão, é o escritor/narrador e vizinho de Holly.
Esta é uma das obras mais elogiadas de Truman Capot, mas, apesar de ter gostado da escrita e da leitura rápida, não me encheu as medidas. Ainda assim vou dar outra oportunidade com "Sangue Frio" (perceberam o trocadilho?).
A nossa casa é onde nos sentimos em casa. E eu ainda estou à procura.
Sinopse:Holly Golighly é mais do que uma boneca de luxo. Deslumbrante, espirituosa e ternamente vulnerável, inquietando as vidas dos que com ela se cruzam, é retratada por Truman Capote em Breakfast at Tiffany’s (Boneca de Luxo), um romance tocante e singelo sobre a amizade, que constitui uma autêntica história de sedução.
Quando olhei para a capa e para o título julguei tratar-se de um romance e iniciei a leitura com essa expetativa. Só depois verifiquei que a obra se baseia em factos reais e que estamos perante as memórias do próprio Hemingway.
No início do livro, o autor refere que poderá ser considerada uma obra de ficção. No entanto, acredito que essa afirmação fosse fruto do distanciamento temporal, uma vez que Hemingway escreveu as memórias parisienses perto dos 60 anos. Nessa altura vivia em Cuba, já tinha recebido o Prémio Nobel da Literatura e já tinha tido várias mulheres. Infelizmente, devido a uma depressão e outros problemas de saúde, acabaria por se suicidar, pouco depois, em 1961.
O livro revela um Hemingway jovem que, com apenas 22 anos, lê pela primeira vez os clássicos, como Tolstói, Dostoievski e Stendhal. No período entre 1921 e 1926, o escritor refere as dificuldades financeiras pelas quais passou, descreve a cidade de Paris e os bares que frequentava, fazendo referências aos escritores com quem conviveu, designadamente Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald.
A parte que mais gostei é a de quando Hemingway se encontra com Fiztgerald. Os dois tornam-se amigos e vivem situações no mínimo caricatas.
Por fim, poderia deixar uma citação sobre a cidade de Paris, mas a frase que me chamou a atenção foi esta:
Dizem que as sementes daquilo que havemos de realizar se encontram todas já dentro de nós, mas sempre me pareceu que naqueles que troçam da vida, as sementes se encontram cobertas da melhor terra e de uma percentagem mais alta de adubo.
Sinopse: Em 1921, um jovem Ernest Hemingway chega a Paris decidido a abandonar o jornalismo e a iniciar carreira como escritor. De bolsos vazios e com a cabeça povoada de sonhos, percorre as ruas de uma cidade vibrante nos dias de pós-Primeira Guerra Mundial, senta-se nos seus cafés para escrever, recolhe-se em retiros apaixonados com a sua primeira mulher, Hadley, e partilha aprendizagens e aventuras com algumas das mais fulgurantes figuras do panorama literário da época, como Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald ou a madrinha desta - por si apelidada - «geração perdida», Gertrud Stein. Situada entre a crónica e o romance, Paris é uma Festa é a memória destes anos e a obra mais pessoal e reveladora de Hemingway. Deixada inacabada pelo autor, seria publicada postumamente, em 1964.
Autor: Eça de Queirós
O bom católico, como a tua pequena, não se pertence; não tem razão, nem vontade, nem arbítrio, nem sentir próprio; o seu cura pensa, quer, determina, sente por ela. O seu único trabalho neste mundo, que é ao mesmo tempo o seu único direito e o seu único dever, é aceitar esta direção; aceitá-la sem a discutir; obedecer-lhe dê por onde der; se ela contraria as suas ideias, deve pensar que as suas ideias são falsas; se ela fere as suas afeições, deve pensar que as suas afeições são culpadas.