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Sei que a vida
que desejo
é ser feliz,
em tempo de acordar.
Às vezes a melhor descida
é ensejo
de acertar
o que fiz
no lento caminhar.
A entoação dispersa
pelo ar pé-de-vento
entra pelo mar adentro
em elegia à espuma perversa.
Bebo tudo num trago
que trouxe
o alento
amargo e doce.
As palavras vazias
envoltas na onda perversa
significam muito mais,
porque têm o sal dos ais
deixando-se ir na conversa
da espuma, há dias.
A Luz invade o teu
olhar.
Corre suave
o som
do despertar,
da vida,
que continua
aceleradamente.
A cor repousa
no Instante
em que observas,
transformando os dias
em tempo de amor.
Mas mesmo sem ver
ela volta
para te aquecer,
iluminando os teus dias
em tempos de Primavera.
Este tema vem a propósito do último livro que acabei de ler. É um tema que dá para refletir e poderia abordar aqui vários assuntos, no entanto, resolvi particulizar um pouco quando fiz esta pergunta: Não teremos todos um Frankenstein nas nossas vidas? Um monstro que se vinga e nos persegue? Intuitivamente respondo que sim. Eu chamo-lhe realidade consubstanciado num constante Sentir. Pensar. Viver. É quase como o bater ritmado do coração, que funciona perfeitamente e que, ao mesmo tempo, passa despercebido. Sentir. Pensar. Viver. E um dia quem sabe nos assombre e consuma de medos quando tomamos consciência da dimensão que implica esse esforço diário. Mas o meu FranKenstein é diferente, é algo que nasceu comigo. Ele alimenta-se de pensamentos. Tal como no livro, ele é gigante, por vezes feio, e considera-se uma criação aberrante da natureza. Tem vida própria, acreditem. Eu cá experimentei correr com ele, persegui-lo com pensamentos de beleza e até com produtos químicos da farmácia, mas o mais saudável é abrir um livro e começar a ler.
Reescrevo, aqui, aquilo que considero, aparentemente, indecifrável, e pinto a força interior num escudo de forma a impedir que se sirvam de míseras psicologias beligerantes de submissão à vontade. A pele estranha em mim desenvolveu uma casca grossa de absurda honestidade e não acredita que possa algum dia vir a ser tatuada com letras estranhas de hipocrisia. Sem saber, sabendo, repito sempre o mesmo processo - mais um recomeço. Para tal amenizo o ego ou o consciente e liberto o momento. O cérebro, frágil, desobedeçe e regista tudo em segundo plano e nos pensamentos e nos sonhos não viajo à toa.Reescrevo um novo começo, mas com a consciência de que posso olhar o sol sem filtros. Sou justa e espero o mesmo dos outros.
Imagem: daqui.
Now
Hell is the gateway
No one orders,
nobody does anything
Believe in the explosion
Or terrorist or lying,
But do not buy the fight
nor sell your soul.
The power of anger
and the pain of the world
Wept in known tongue,
and vomit on the correct
and weak
narrows view.
The forest out there
It´s not the same.
All the blame
Of some of us.
Everywhere
There´s fire,
Consumes everything
Around
Inside
All memories
All coletive past
Is gone.
Stays Blury
The future.
A insurgente sombra grita, em desespero mudo, profundamente abalada pelos sonhos que trespassaram os seus olhos inexistentes. Deixa para trás a luz envolta em seda de papel. Mirra a vontade, aparentemente, nublada na conversa suscitada pela mulher, em pranto, mirrada na inércia dos seus sapatos pretos de verniz.
A insurgente sombra grita em desespero surdo e sai cá para fora a negra banalidade, o dualismo em duas versões:a dos sapatos pretos dos outros e a de quem escolhe a sombra pesadelo de viver-ignorar.
A insurgente sombra chora comovida.não entende a lógica.nem a vida.
Sou alma e fim, sou sentimento, a essência, e a quimera.
Talvez procure, na estranheza, a beleza.
Mas como explicar a palavra que lavra a língua na míngua do que esquecemos?
Sabendo que a escola da eternidade está encerrada... cabe-nos agora descobrir...
o trilho ou o caminho da verdade.
Esta é a frase de inspiração para o ano 2017! Mas, às vezes, a imaginação falha e não ocorre nada. Então surge uma espécie de vazio e não há palavras que preencham o ecrã...
Assim, o meu desejo, para o Novo Ano, é que nada falte: nem saúde, nem paciência, nem amigos, nem dinheiro, e nem mesmo inspiração.
Se nada faltar, teremos o necessário para o Brainstorm. E o que é o Brainstorm, além de imaginação e de escrita torrencial?
O brainstorming (literalmente: "tempestade cerebral" em inglês) ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados (aqui).
Para mim, o Brainstorm de 2016 foi profícuo e especial. Consegui extravazar os pensamentos que me enchem a cabeça. E é terapêutico, acreditem!
O céu escureceu na mente
da vida
desesperada
sem ti, e sem nada.
Era uma espécie
decadente,
nessa estrada,
sem mim, e sem nada.
Insegura, apenas via o céu,
e seguia, perene,sagrada,
a linha invisível
do nada.
Dessa vida
sem cores estelares,
constelações ou terra,
vivia um sonho desafinado,
do passado.
Mas eis que surgiu um sentido
e na palavra nós O verdadeiro Amor.