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Os apreciadores da beleza, da cor e da estética, adoram rodear-se de obras de pintores famosos em cada canto da casa. No seu mundo, o da arte, é importante o conhecimento de todos os traços, pormenores, pinceladas e técnicas do artista. Ademais, os apreciadores e ou compradores, geralmente, têm um sentido apurado e, por vezes, encontram obras em sítios inesperadamente fáceis. Apreciar a Arte é uma arte, passo o pleonasmo, e, sabendo que a beleza tem um preço, há quem esteja disposto a pagar qualquer preço por uma obra ainda que a mesma tenha sido furtada de um Museu ou até de uma Igreja.
Sabendo que existe esse mundo paralelo do crime, o autor inspirou-se em alguns factos verídicos, como o roubo da Mona Lisa, no Louvre, em 1911, e a história d' A Última Ceia começa com o roubo da cópia da A Última Ceia [ que corresponde à pintura original sobre a parede realizada por Leonardo da Vinci, entre 1494 a 1498, no refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, Itália].
O ladrão deixa uma mensagem "Obrigado pela pobre segurança. Vemo-nos dentro de um ano" e, ainda, um poema muito enigmático.
Mas refletindo um pouco sobre o final desta história, interrogo-mo se Leonardo da Vinci não terá razão:
Existem três tipos de pessoas: aquelas que veem, aquelas que veem quando lhes é mostrado e aquelas que não veem.
Creio que me enquadro no primeiro e segundo tipo de pessoas, porque quando acabo de ler um livro que me intriga volto sempre atrás à procura daquilo que me passou despercebido numa primeira leitura. E foi isso que aconteceu com A Última Ceia, uma vez que fiquei a pensar na divisão da história em: Livro 1 (esboço), Livro 2 (cor) e Livro 3 (Acabamento). Isso intrigou-me porque são as etapas necessárias numa pintura. Porém, só após a leitura é que dei conta de que a maior parte da história se encontra no Livro 2 (cor). Cor, em sentido figurado, significa disfarce, pretexto, e tenho para mim que foi propositadamente que o autor tratou aí a maior parte da ação e evolução da história, a qual serviu para delinear uma personagem que surpreenderá, e muito, no final. Acho que esteve bem disfarçada!
De outra forma, se calhar numa interpretação mais verosímil, entendo que o Leonardo Da Vinci se estava a referir à existência de pinturas por baixo dos quadros e que só sabemos atualmente através do recurso a técnicas avançadas. Ou então, se pensarmos que só vemos o que nos é mostrado, estava a chamar à atenção para a existência de objetos bem visíveis nas suas pinturas, como o do nó na toalha da mesa n´A última Ceia, existindo teorias sobre o seu verdadeiro significado.
Considero que este livro proporciona bons momentos e pergunto:
Do que estão à espera para o ler?
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