O "nevoeiro" não me deixou ver o caminho e continuei a avançar, lentamente, num silêncio que adensou o sentimento e a memória de outros tempos - segui em frente, contudo, com a esperança de [o "sol"] regressar. Passaram dias, meses, um ano e mais uns meses, e a vida continuou.
Escrever exige prática, trabalho árduo, provações e erros repetidos. Procurar as palavras relevantes é como uma caça ao tesouro, por vezes brilha, mas não é de ouro, e nesse caso procura-se noutro lugar.
O caminho traçado parecia fácil - ler mais, e ler tudo-mas não podia estar mais enganada.
A paixão pela leitura encaminhou-me noutra direção, para muito longe dessa procura incessante por palavras e de tesouros escondidos, e, a certa altura, percebi que chegou a hora de parar de correr, parar de tentar fazer tudo e de não fazer nada.
O vazio perturbou-me.
Estou convencida, o silêncio não vale mais do que mil palavras.