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Paris é uma festa, de Ernest Hemingway

por editepf, em 22.03.17

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Quando olhei para a capa e para o título julguei tratar-se de um romance e iniciei a leitura com essa expetativa. Só depois verifiquei que a obra se baseia em factos reais e que estamos perante as memórias do próprio Hemingway.

No início do livro, o autor refere que poderá ser considerada uma obra de ficção. No entanto, acredito que essa afirmação fosse fruto do distanciamento temporal, uma vez que Hemingway escreveu as memórias parisienses perto dos 60 anos. Nessa altura vivia em Cuba, já tinha recebido o Prémio Nobel da Literatura e já tinha tido várias mulheres. Infelizmente, devido a uma depressão e outros problemas de saúde, acabaria por se suicidar, pouco depois, em 1961.

O livro revela um Hemingway jovem que, com apenas 22 anos, lê pela primeira vez os clássicos, como Tolstói, Dostoievski e Stendhal. No período entre 1921 e 1926, o escritor refere as dificuldades financeiras pelas quais passou, descreve a cidade de Paris e os bares que frequentava, fazendo referências aos escritores com quem conviveu, designadamente Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald.

A parte que mais gostei  é a de quando Hemingway se encontra com Fiztgerald. Os dois tornam-se amigos e vivem situações no mínimo caricatas.

Por fim, poderia deixar uma citação sobre a cidade de Paris, mas a frase que me chamou a atenção foi esta:


Dizem que as sementes daquilo que havemos de realizar se encontram todas já dentro de nós, mas sempre me pareceu que naqueles que troçam da vida, as sementes se encontram cobertas da melhor terra e de uma percentagem mais alta de adubo.

 

Sinopse: Em 1921, um jovem Ernest Hemingway chega a Paris decidido a abandonar o jornalismo e a iniciar carreira como escritor. De bolsos vazios e com a cabeça povoada de sonhos, percorre as ruas de uma cidade vibrante nos dias de pós-Primeira Guerra Mundial, senta-se nos seus cafés para escrever, recolhe-se em retiros apaixonados com a sua primeira mulher, Hadley, e partilha aprendizagens e aventuras com algumas das mais fulgurantes figuras do panorama literário da época, como Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald ou a madrinha desta - por si apelidada - «geração perdida», Gertrud Stein. Situada entre a crónica e o romance, Paris é uma Festa é a memória destes anos e a obra mais pessoal e reveladora de Hemingway. Deixada inacabada pelo autor, seria publicada postumamente, em 1964.

 


12 comentários

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De editepf a 24.03.2017 às 13:37

Não fazia ideia que tinha sofrido cortes e, provavelmente, existem outros pormenores que poderiam ser interessantes. Eu confesso que apenas gostei da parte de Fitzgerald e da viagem de comboio para ir buscar o carro dele. Cheguei mesmo a pensar que se iriam zangar... 
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