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Eis um livro que estranhei e adorei: estranhei a história, porque, embora conheça o conflito entre palestinianos e isrealitas, não é fácil entrar nela; adorei a Falastin, a sua personalidade e a forma como ela supera as adversidades, porque é uma mulher marcada e de grandes convições. É admirável um escritor escrever um romance em que a personagem feminina principal ultrapassa tudo e todos, sem o esteriótipo de mulher existente no mundo árabe.

Todas as palavras empregues, neste pequeno livro, servem para descrever uma situação sem fim à vista, muito difícil e dura. Não é um tema nada fácil. A guerrilha é uma constante, mas, mesmo sem saber se a vida continua no dia a seguir, Nessim apaixona-se por Falastin.

Já quanto ao desfecho final, penso que foi coerente com a realidade do conflito, quer exterior quer interior.

Mais não posso dizer. 

Um ligeiro ruído nas suas costas fá-la reter o fôlego. Não é que se sinta apreensiva, o medo não a atinge; mas a tristeza invade-a, semelhante a um desejo de destruição, a um gosto brusco pela queda, sempre que sujeita a qualquer ameaça, física ou moral. Apesar disso, recompõe-se e demonstra indiferença. Nada se pode contra o verdadeiro desprendimento. 

Nada viria jamais a salvá-la neste mundo. Fora distinguida com uma ferida demasiado íntima, privada, na imaterialidade da sua carne e também fora dela, na estranha desumanidade das coisas.

 

Sinopse: Algures na Cisjordânia entre a Linha Verde e o «muro de segurança», uma patrulha israelita é atacada por um comando palestiniano. No confronto, um dos soldados é abatido, o outro feito prisioneiro pelo comando que depressa se põe em debandada... Ferido, em estado de choque,  o refém perde todas as referências, esquece como se chama. Para ele, é a passagem para o outro lado do espelho. Único sobrevivente, sem documentos, vestido à civil e de keffieh, o jovem militar é recolhido, tratado e depois adoptado por duas palestinianas. É nessa condição que Nessim descobre e experimenta os sofrimentos e tensões de uma Cisjordânia ocupada. Neste comovente romance, através da personagem de Falastìn, Hubert Haddad converte todo o horror do conflito numa alegoria trágica de grande beleza. 

 





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