Autor: Gabriel García Márquez
Ano:1988
N.º de Páginas: 371
Editora: Dom Quixote
Sinopse: História de uma paixão infeliz, o presente romance descreve a epopeia sentimental de um amante repudiado que durante toda a sua longa existência, desde o furioso incêndio juvenil ao crepuscular fogo da velhice, manteve uma inquebrantável fidelidade à sua antiga noiva. Ao longo deste rio imaginário correm também as águas de muitos outros idílios,tranquilos ou enlouquecidos, selvagens ou apaziguados, senis ou adolescentes,prisioneiros da grilheta conjugal ou libertos pela comporta do instinto.
Decorrendo numa cidade portuária do Caribe entre finais do século passado e os primeiros decénios do nosso século. O Amor nos Tempos de Cólera utiliza todos os ingredientes clássicos do género folhetinesco, apresentando uma espécie de inventário passional, onde se consignam tantos as mais cruas imposições da carne como os meandros subtis do sentimento, e propondo por fim aos seus leitores uma obra de construção perfeita, em que do princípio ao fimse respira a atmosfera de magia que serve de alimento a todas as histórias de amor.
Opinião: Iniciei a releitura deste livro com muitas expectativas, uma vez que a primeira vez que o li foi em 1989 (e sim tenho a certeza, porque a data está escrita pela pessoa que mo ofereceu:).Depois de tanto tempo, é óbvio que não me recordava de nada (embora suspeito que deveria). Ainda recorri à sinopse, mas constatei que não contem um resumo e não sei se as edições atuais o fazem. De uma forma simplista, a história é sobre Fermina Daza, Florentino Ariza e Juvenal Urbino. Começamos por conhecer o casal, Fermina e Juvenal, já idosos, e, depois, iremos descobrir a paixão que Florentino nutre por Fermina, durante cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias.
É uma leitura agradável de se fazer, embora não haja uma sequência lógica e temporal dos factos, e, muitas das vezes, a trama, em torno dos personagens decorre em simultâneo ou em separado, para cada um. Ainda assim, o leitor consegue acompanhar a história, o que demonstra um absoluto domínio da forma narrativa.
Conseguimos imaginar, muito bem, o primeiro amor de Florentino, bem como as cartas, os bilhetinhos à Fermina, e as esperas que ele lhe faz, sentado no banco do Parque. Todo este amor platónico dura até à velhice, porque ele jurou ficar com ela, nem que tivesse de esperar que o marido morresse.
As partes menos positivas são: as longas narrativas; as inúmeras paixões carnais de Florentino; e o infeliz amor de América Vicuña.