Layout - Gaffe
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Antes que pensem que ando obcecada com gatos, relembro que pertenço a dois Clubes de Leitura e, para o Clube de Leitura Conversas Livrásticas, no mês de fevereiro o tema foi: animais. Eu selecionei apenas dois livros pequenos, este, o do Gato Malhado, e o conto de Edgar Allan Poe (aqui).
A história da gaivota e do gato é, além de uma fábula, uma linda lição, uma vez que dois seres tão diferentes são unidos na amizade por uma promessa. Ao mesmo tempo a história aborda um assunto sério que é o da poluição.
Zorbas, um gato grande, preto e gordo, mora numa casa perto do porto de Hamburgo. Numas férias, Zorbas fica em casa, sozinho, e quando estava a apanhar sol na varanda, cai ali, mesmo à sua frente, uma gaivota moribunda. Esta, foi apanhada pela maré negra, e antes de morrer, põe um ovo e faz três pedidos ao grande gato. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as suas promessas: não comer o ovo, tomar conta da gaivota, e ensiná-la a voar. Para isso terá a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Collonello.
Gostei muito desta história, porque ensina a importância da amizade e das promessas, e porque tem momentos divertidos, nomeadamente, com o gato Collonello que costuma miar palavras em italiano e queixar-se dos outros tirarem os miados da sua boca.
Posto isto, fiquei muito surpreendida quando encontrei expressões que me fizeram lembrar as "Línguas-de-gato" e eu nem conhecia o livro!
Miar a língua dos humanos é tabu. Assim rezava a lei dos gatos, e não porque eles tivessem interesse em comunicar com os humanos. O grande risco estava na resposta que os humanos dariam. Que fariam com um gato falante? Com toda a certeza iriam encerrá-lo numa jaula para o submeterem a toda a espécie de provas estúpidas, porque os humanos são geralmente incapazes de aceitar que um ser diferente deles os entenda e trate de se dar a entender (pág.113).
Sinopse: Esta é a história de Zorbas, uma gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr.
Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota…
Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, Luis Sepúlveda oferece-nos neste seu livro já clássico uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.