Este livro, foi emprestado por Marta Moura (fashionoir). Na opinião dela, a escrita é “difícil, densa e visceral”. Marta, eu concordo. É poesia pura e dura. É preciso ler com a noção de que a história de Halla, a menina, de 11 anos, que perdeu a sua irmã gémea Sigridur, é sobre este luto, sobre "a mais morta e a menos morta" e não só. Halla sente que ficou sozinha no mundo. A sua mãe é má. O pai vive obcecado com as palavras e poesias. Assim, se, por um lado, a história, em si, é simples, por outro, há uma densificação de um sentimento de tristeza, na própria escrita, designadamente quando descreve tudo o que se relaciona com Halla, com os sentidos e com o ambiente em redor. Algo que, na Islândia, faz todo o sentido. A frieza da paisagem e do isolamento, faz com que as pessoas acabem por se tornar frias, tristes, sós e depressivas. Citação: “As palavras são nada. Deviam ser eliminadas. Nada do que possamos dizer alude ao que o mundo é”.
Pensamento: A desumanização é a solidão.