Estrada abaixo
Sempre a descer
Equilibrando
O corpo
Sem saber.
O vento na cara
Na roupa um vendaval
Segue desabrida,
A bicicleta.
Segue perdida,
A rapariga.
Esquece a liberdade,
Esquece a vida
Ou que muitas mulheres
Sofrem
Em cárceres,
Em chagas,
Em ferida,
Na alma e no corpo.
Já a rapariga leve, leviana e livre
Seguia perdida
Equilibrando a bicicleta
E a doce ilusão.