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Este é um comentário que urge rebater e ter sempre resposta pronta, mas, para mim, já nem faz mossa. Tomara ter tempo para poder ler e concentração, que, por vezes, também falta...O resto, a rotina, o trabalho, as lides domésticas, os filhos, os problemas, os colegas de trabalho, os amigos, a família, as viagens, as compras, tchiiii tinha muito para contar, só que, ah, e tal, depois não faziam mais nada perante um monólogo que vos "espetava" com todos estes assuntos que me ocupam a cabeça, e pasme-se, NÃO é a ler.
Ler muito, ou pouco, é, assim, a questão de hoje.
Lembrei-me no outro dia do Livro Secreto e dos sublinhados no livro de José Luís Peixoto, Em teu Ventre ( https://olivropensamento.blogs.sapo.pt/uma-peregrinacao-secreta-com-em-teu-128354). Por exemplo, este:
A vontade é a crença num sonho futuro.
E foi a propósito das palavras não distorceram mundo, mas a vontade, que fiquei a pensar se no futuro aparecerá outra iniciativa do género...
Sinopse: Anna Andrews tem finalmente aquilo que sempre desejou, ou quase… Ao fim de muitos anos de trabalho árduo, conseguiu enfim tornar-se apresentadora do noticiário da BBC. Mas, porque o acaso se encarrega muitas vezes de desarranjar os sonhos, Anna vê-se novamente como repórter, a cobrir o assassinato de uma mulher em Blackdown, uma pacata vila inglesa onde ela própria viveu a sua infância e adolescência. O inspetor-chefe Jack Harper deixou Londres por um motivo, mas nunca pensou que acabaria a trabalhar em Blackdown, e muito menos como principal suspeito do crime que está a investigar e que, de dia para dia, se reveste de contornos cada vez mais sinistros.
Opinião:
Este thriller psicológico supreendeu-me, pois não estava à espera de gostar tanto. É difícil eu não encontrar falhas, mas a leitura foi de tal forma compulsiva que não encontrei nenhuma. Ah, esperem, encontrei, sim, mas não posso revelar! 😄
A história é contada na perspectiva dele (inspector da polícia) e dela (jornalista da BBC) quando estão surge um homicídio de uma mulher em Blackdown, no entanto, ambos poderão estar implicados, porque ambos estão a mentir.
Tudo indica que o assassino é ele, mas ao mesmo tempo ela tem motivos para isso.Quem estará afinal a contar a verdade? Nesta leitura acompanhamos duas versões da história e depois há ainda outra versão: a verdade do assassino.
O caso reveste contornos cada vez mais sinistros à medida que vão aparecendo mais corpos, o que me manteve agarrada à leitura até ao final.O enredo é bom e achamos que descobrimos a verdade mas então percebemos que não, pois ambas as perspectivas são contraditórias.
E querem saber uma coisa? Gostei de tudo menos da "falha" no final. Agora pergunto, será que estarei eu a dizer a verdade?
Quem me conhece sabe que sim, mas para confirmarem vão ter de ler este livro.
Aviso : é viciante e mantém o suspense até ao fim.
O sonho é ver formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
Sinopse: Numa aldeia tranquila aninhada nas montanhas birmanesas, há uma pequena casa de chá de aparência modesta onde o calor é sufocante e os habitantes recebem os forasteiros com um olhar prudente. Julia Win, uma jovem nova-iorquina que acaba de chegar, voltaria de bom grado para casa se uma força inevitável não a mantivesse ali. O seu pai, um famoso advogado de Nova Iorque, desapareceu repentinamente sem deixar rasto.
Nem a mulher nem a filha fazem ideia de onde ele possa estar... até que encontram uma carta de amor que ele escreveu há mais de quarenta anos para uma mulher birmanesa da qual nunca ouviram falar. A carta começa com estas tristes palavras: «Minha amada Mi Mi, cinco mil oitocentos e sessenta e quatro dias se passaram desde a última vez que ouvi o teu coração bater...».
Com a intenção de desvendar o mistério e entender o passado do pai, Julia viaja até ao lugar onde ele conhecera aquela mulher. Ali, vai sentir o seu pai mais próximo do que nunca, mas... será capaz de o encontrar?
Opinião:
Julia Win é uma jovem nova-iorquina que viaja até à Birmânia para encontrar o pai que desapareceu repentinamente sem deixar rasto com a intenção de o encontrar e de desvendar o mistério sobre uma mulher no passado do pai.E depois? Depois, há um segredo. A história promete ser mágica e provar como o amor que sobrevive à distância e ao tempo. Será assim?
Eu nunca tinha ouvido falar no livro até ser apresentado pela Carla (livros com asas) no último encontro do Clube de Leitura Livros &C.ª. E foi assim que descobri um livro com o qual senti uma imediata ligação, dado que gosto do que é diferente. O título também só por si chama a atenção, mas um bom mistério sabemos que faz maravilhas.
No início da leitura, senti que a história poderia ter sido escrita por um japonês e que o romance se iria passar junto de amendoeiras em flor.
Não podia estar mais enganada.
As montanhas da Birmânia são o pano de fundo. Os personagens não são simples. Nas suas vidas há de tudo, felicidade, tristeza, coragem e traição.
A história desenrola-se a um ritmo que só o leitor tentará apressar. Tudo tem o seu tempo e a seu tempo tudo se saberá.
Desta leitura retirei que "A arte de saber o bater o coração" reside em todos nós na forma simples como damos valor ao que é verdadeiramente importante: o amor.
Sei que a vida
que desejo
é ser feliz,
em tempo de acordar.
Às vezes a melhor descida
é ensejo
de acertar
o que fiz
no lento caminhar.
A entoação dispersa
pelo ar pé-de-vento
entra pelo mar adentro
em elegia à espuma perversa.
Bebo tudo num trago
que trouxe
o alento
amargo e doce.
As palavras vazias
envoltas na onda perversa
significam muito mais,
porque têm o sal dos ais
deixando-se ir na conversa
da espuma, há dias.
Sinopse: Ottessa Moshfegh, uma das mais importantes novas vozes literárias, narra neste romance os esforços de uma jovem mulher para se esquivar aos males do mundo.
Para tal, embarca numa hibernação prolongada, com a ajuda de uma das piores psiquiatras da história da literatura e com as enormes doses de medicamentos por ela prescritos.
Opinião:
Outra estreia, quer relativamente à autora quer pelo facto de ter comprado o livro só pelo título. Vou então culpar o título porque induz uma ideia que não corresponde à verdade.
Na minha cabeça, um ano de relaxamento passaria por ler todos os livros que ainda não li! Ou seja, quando comecei a ler que se tratava de uma experiência de hibernação por um ano à custa de vários medicamentos percebi que não se enquadrava no meu ideal livrólico de relaxamento (embora perceba a ideia de que apagar os sentimentos possa ajudar a ultrapassar o sofrimento com a morte de alguém próximo).
A história passa-se desde o ano 2000 até 2001 e a narradora é jovem. Ela tem um apartamento que, por morte dos pais, recebeu como herança assim como dinheiro na conta bancária. Quando é despedida por dormir no serviço resolve que o melhor é dormir durante um ano! Para o conseguir consulta uma psiquiatra que é uma absoluta nulidade, dado que acredita em todos os sintomas que ela lhe vai relatando.A psiquiatra até está bem retratada e acho que poderá ser entendida como uma crítica aos profissionais de saúde que não estão verdadeiramente a ajudar os pacientes ao limitarem-se a prescrever medicamentos.
Nesta história, além da crítica aos profissionais de saúde, passou também a ideia de que as pessoas ricas podem ser deprimidas à vontade porque têm mais hipóteses não fazer nada (o que não deixa de ser verdade).
Não obstante, o facto de não se poder comprar felicidade não significa que não se possa comprar tempo, uma vez que ter tempo para cuidar de si próprio/a é um luxo que é negado à maioria das pessoas que não têm dinheiro e que têm de ir para o trabalho todos os dias, mesmo deprimidas.
Otessa, provavelmente, pretendia com esta história demonstrar como alguém pode andar sonâmbulo pela vida. Infelizmente, não gostei da pouca evolução da história, nem do tratamento dado à amiga, que também tinha problemas mais do que suficientes.
No final, fiquei super feliz por ir ler o que me apetecer em absoluto relaxamento.
A Luz invade o teu
olhar.
Corre suave
o som
do despertar,
da vida,
que continua
aceleradamente.
A cor repousa
no Instante
em que observas,
transformando os dias
em tempo de amor.
Mas mesmo sem ver
ela volta
para te aquecer,
iluminando os teus dias
em tempos de Primavera.