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Autora: Elisabeth Strout

Ano:2016
N.º de Páginas: 173
Editora: Alfaguara
 
SinopseLucy Barton está numa cama de hospital, a recuperar lentamente de uma cirurgia que deveria ter sido simples. As visitas do marido e das filhas são escassas e pouco aproveitadas por Lucy. A monotonia dos dias de hospital é quebrada pela inesperada visita da mãe, que fica cinco dias sentada à sua cabeceira. Mãe e filha já não se falavam há anos, tantos quantos os que Lucy passou sem visitar a casa onde cresceu e os que a mãe passou sem a visitar em Nova Iorque, nem sequer para conhecer as netas. Reunidas, as duas trocam novidades e cochichos sobre os vizinhos de infância de Lucy, mas por baixo da superfícies plácida da conversa de circunstância pulsam a tensão e a carência que marcaram a vida de Lucy: a infância de pobreza e privação no Illinois, a vontade de ser escritora e a desconfortável sensação de não pertencer a lado nenhum, a fuga para Nova Iorque e a desintegração silenciosa do casamento, apesar da presença luminosa das filhas. Com um passado que ainda a atormenta e o presente em risco iminente de implosão, Lucy Barton tem de focar para ver mais longe e para voltar a pôr-se de pé. Mais do que uma história de mãe e filha, este é um romance sobre as distâncias por vezes insuperáveis entre pessoas que deveriam estar próximas, sobre o peso dos não-ditos no seio das relações mais íntimas e sobre a solidão que todos sentimos alguma vez na vida. A entrelaçar esta narrativa está a voz da própria Lucy: tão observadora, sábia e profundamente humana como a da escritora que lhe dá forma.
 

Opinião : Este livro foi-me oferecido pela Marta como prenda de aniversário. Fiquei em pulgas e muito feliz. Quem é que não gosta de receber um livro? A justificação para esta oferta foi a de que se tratava de uma história da relação entre uma mãe e a filha, o que, quando se tem uma filha adolescente, é relativamente conturbada. Mas quando comecei a ler, verifiquei que a relação de Lucy com a mãe é algo diferente. Não trata da adolescência, mas da filha já adulta e da mãe que não vê desde o seu casamento. No entanto, ela volta a estar com ela ali no hospital, muitos anos depois . É uma conversa entre as duas mas ambas escondem os sentimentos e os pensamentos. Ainda assim, a Lucy fica contente só de poder conversar com a mãe, mesmo sobre pessoas que não voltou a ver. E, nestas conversas, achei muito divertido os nomes que elas colocam nas enfermeiras, tais como a Tosta (magrinha e de seco trato), a Dor de Dentes (sempre desolada) e a Criança Séria (uma índia que ambas gostaram).

Lucy ora conversa com a mãe, ora pensa no seu casamento, nas filhas, e depois volta às memórias do passado, do tempo em que tinha 5 anos e ficava trancada na carrinha, para os pais irem trabalhar e os irmãos estudar. Nesta parte, não sei se compreendi bem ou se a Lucy terá imaginado, há um grande trauma e um segredo que ela não ousa revelar. 

Este livro prende. É preciso ler com calma, pois a escrita é simples mas os avanços e recuos na história podem prejudicar a compreensão das memórias de Lucy, umas reais, outras não sabemos se imaginárias, mas que são reveladores de um sofrimento que admite ter sido necessário para se tornar no que é.

 

Mas quando vejo outras pessoas andarem com autoconfiança pela rua, como se estivessem completamente livres de terror, percebo que não sei como são os outros. Uma grande parte da vida parece especulação (pág. 17).

 

 




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