Layout - Gaffe
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Um livro que começa com um crime e em que estamos na mente de quem o vai cometer?! Sim, é isso mesmo. Esta foi a minha estreia com os clássicos russos (falha minha, eu sei, mas mais vale tarde do que nunca) e eu adorei a história, as personagens e o final. Foi tão bom voltar a ler um livro cuja história é tão, mas tão envolvente! Mas, uma vez que a pressa é inimiga da perfeição, quando fechei o livro fiquei plenamente convencida de que o terei de reler de forma a saborear cada frase e a tentar interpretar mais profundamente esse grande livro da literatura. Não me julguem. Sei que há aqui um "mix" de filosofia, psicologia, criminologia e de crítica social, que, na minha modesta opinião, teria de ser visto com outros olhos. Debruçei-me mais na psicologia, na culpa e na consciência do criminoso. No fundo, tentei entender Raskolnikoff e a sua teoria dos homens comuns e extraordinários. Para os homens comuns foi criada a lei. Para os extraordinários, como Raskolnikoff [e Napoleão], que estão acima da lei, um crime tem justificação quando a morte de um beneficia todos.
Dostoieveski leva-nos a questionar o bem e o mal, o que é certo e errado, e descreve com minúcia a natureza, o sofrimento e a miséria humana.
Estamos na presença de um caso fantástico e muito sombrio; este crime tem a marca do nosso tempo, o cunho da nossa época, em que o coração do homem está torturado, em que se diz que o sangue "remoça", em que toda a vida se cifra na luta pelo bem-estar. O culpado é um homem de teorias, uma vítima dos livros (...).
Sinopse:Raskolnikoff, um jovem estudante de Direito a atravessar graves dificuldades económicas, decide matar uma velha agiota. Imbuído de um forte sentido de justiça social, vai executar o seu plano convicto de que é uma gesta digna apenas de homens extraordinários. Mas algo inesperado acontece, e Raskolnikoff acaba por perder totalmente o controlo da situação. Daí em diante, passará a viver atormentado por um fortíssimo sentimento de culpa, forma de inferno interior que não se extingue e exige expiação. Dostoievski imprime grande espessura e densidade psicológica às suas personagens, cujas motivações, sejam elas conscientes ou inconscientes, são exploradas de forma verdadeiramente inovadora.