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O que dizem os teus livros (4)

por Editepf, em 28.11.16
 
 
Hoje, vamos conhecer a bloguer, menos in do pedaço,  Maria das Palavras, que sonha viver das palavras, destruir mitos e escrever para os outros ou, na maioria das vezes, só para si. Ora, para quem não conhece, uma vezes surge a Maria-pragmática, outras a Maria-Sarcasmo ou a Maria-Alegria e, noutras, a Maria-Divertida. E vocês perguntam: são tantas Marias numa só? São, porque ela busca o divertimento nas palavras, ela brinca com elas, e faz "trocadilhos", e desconstrói ideias. Enfim, eu não tenho palavras.

Desde que idade tens uma paixão por livros? 
M:Desde que me lembro de mim. Não sei que idade tinha, mas aprendi a ler antes de ir para a escola. Não porque os meus pais me tenham tentado ensinar, mas liam muito para mim e um dia eu pedi-lhes para ser eu a ler. Acharam que tina decorado o livro para estar a dizer tudo certo. Depois testaram outros e chegaram à conclusão que eu sabia mesmo ler. Creio que foi a combinação dos meus pais lerem muito para mim com a magia da Rua Sésamo que fez isso acontecer.
 
Qual o tipo de livro que costumas ler?
M: Sou muito de fases, mas diria que o mais recorrente é o tipo de livro que mistura história real/factos com um pouco de ficção. Deve ter um nome e eu nem o sei.
 
O que gostas mais durante  a leitura? 
M: A concentração total. O resto do mundo que se escapa para entrarmos num novo. Ou seja, o facto de não permitir que façamos mil coisas ao mesmo tempo, como nos exige a vida em tantos outros momentos.
 
Quais os fatores que influenciam a escolha de um livro? 
M: Críticas de pessoas que já sei que têm gostos semelhantes aos meus, operam verdadeiros milagres nas minhas estantes. Quando estou na livraria, mesmo que seja a capa ou o título a chamar a atenção, é a sinopse que me faz decidir. Se me garantir um bom enredo ou tiver as palavras mágicas “baseado em factos reais” sou bem capaz de o trazer. É por isso que não posso entrar muitas vezes em livrarias...

Descreve sentimentos que só um leitor entende. 
M: As pessoas comparam muito ler a ver um filme ou uma série. O filme ou a série são mais rápidos, fazem mais trabalho por nós porque não precisamos imaginar: já está tudo lá. Parece uma vantagem. Muita gente se afasta dos livros por achar que é de facto uma vantagem: ver um filme relaxa mais. Mas não é verdade. Enquanto vemos algo na TV estamos a responder a mensagens, ou a comunicar com a pessoa que está ao lado, recebemos a imagem, o som, e desdobramo-nos a fazer outras coisas. Quando entramos num bom livro o resto do mundo cai na ravina. Somos nós e as letras na nossa mente. E não há nada que nos empreste mais paz do que isso.
 
As histórias, por vezes, têm uma enorme carga emocional. Já alguma vez choraste ou riste? Se sim, quais foram os livros em que isso aconteceu? 
M: Não sou a pessoa mais expansiva do mundo...já me terei emocionado mil vezes, interiormente com as páginas de um livro – sobretudo as finais. Mas se algum me fez chorar ou gargalhar de forma visível certamente tentei disfarçá-lo e não vou confessá-lo. Permitam-me a timidez.
 
O que dizem os teus livros? 
M: Dizem que não tenho medo de viajar. As minhas estantes estão repletas de destinos diferentes (não falo de guias turísticos, mas de tipos de estórias). E creio que uma coisa tem muito a ver com a outra.

***
Mais uma entrevista que me deu prazer em publicar, especialmente pelo sorriso que me conseguiu arrancar quando li a resposta à pergunta pessoal que apresentei à Maria: Concordas com a frase de Marguerite Duras: "Os homens gostam das mulheres que escrevem. Mesmo que não o admitam. Uma escritora é um país estrangeiro"?
M: Raro será o homem que o admita, mas creio que é uma frase verdadeira. Uma mulher que escreve é, ao mesmo tempo, alguém que se mostra e que adensa o mistério. E os homens - os verdadeiros - saberão apreciar esta característica em vez de a temer. A vantagem mais óbvia é outra e e tem a ver com o desdobramento da expressão popular "quanto mais chora, menos m*ja". Da mulher pode dizer-se que: quanto mais escreve, menos grita. 


Muito obrigada, do fundo do .
 


 

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